12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoAg. Financiadora: FAPESP
Nr. Processo: 2018/13147‐3
Sessão: TEMAS LIVRES | Data: 03/12/2020 ‐ Sala: 1 ‐ Horário: 18:35‐18:45
Introdução: A colonização intestinal prévia por micro‐organismos multirresistentes (MMR) é um fator de risco independente para infecções da corrente sanguínea (ICS) e uma das principais complicações na fase inicial de um Transplante de Células‐Tronco Hematopoiéticas (TCTH). Avaliamos o impacto de cápsulas de Lactobacillus plantarum na modulação do microbioma intestinal em pacientes colonizados por MMR e submetidos ao TCTH.
Objetivo: Avaliar e modular o microbioma intestinal de pacientes colonizados por MMR durante o TCTH com Lactobacillus plantarum, a fim de reduzir os níveis de MMR.
Metodologia: Amostras de fezes foram obtidas prospectivamente antes do início do L. plantarum, duas semanas após o consumo, na neutropenia, antes da infecção e na enxertia do TCTH de 42 pacientes oncohematológicos submetidos a TCTH autólogo ou alogênico. Os participantes foram divididos em grupo de intervenção (22), que recebeu cápsulas de L. plantarum (5×109UFC) duas vezes ao dia antes do TCTH até o início da neutropenia, e grupo controle não tratado (20). Foi sequenciada a região V4 do gene do rRNA bacteriano 16S de 72 amostras de fezes de 23 pacientes. A presença de MMR foi avaliada pela amplificação de genes de resistência específicos para diferentes organismos MMR.
Resultados: L. plantarum teve uma adesão média de 89% (± 10%) em 46 (± 29) dias de consumo. Sua administração foi associada a um aumento na abundância da ordem Lactobacillales (p=0,004) e uma redução nos gêneros Enterococi (p=0,048) e Proteobacteria durante o período de enxertia. A diversidade alfa foi alterada ao longo do procedimento de TCTH (p=0,0015) e houve diferenças na diversidade beta entre as amostras de diferentes períodos de tempo (p=0,001), independentemente do uso de L. plantarum. Ambos os grupos de intervenção e controle exibiram uma redução semelhante em MMR.
Discussão/Conclusão: A administração de L. plantarum foi associada a menor abundância relativa do gênero Enterococcus e do filo Proteobacteria e diferença na diversidade alfa no microbioma intestinal. O uso de L. plantarum foi seguro e viável em pacientes submetidos ao TCTH.