Journal Information
Vol. 26. Issue S2.
(September 2022)
Share
Share
Download PDF
More article options
Vol. 26. Issue S2.
(September 2022)
EP-039
Open Access
IMPACTO DA PANDEMIA DE COVID-19 NO DESFECHO DE TRATAMENTO DA TUBERCULOSE EM HOSPITAL TERCIÁRIO
Visits
792
Marcia Teixeira Garcia, Mariangela Ribeiro Resende, Nanci Michele Saita Santos, Amanda Tereza Ferreira, Michele de Freitas Neves Silva, Elisa Donalisio Teixeira Mendes, Rodrigo Nogueira Angerami, Marcus Vinicius Rodrigues de Agrela, Antonio Camargo Martins, Christian Cruz Hofling
Hospital de Clínicas, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Campinas, SP, Brasil
This item has received

Under a Creative Commons license
Article information
Special issue
This article is part of special issue:
Vol. 26. Issue S2
More info
Introdução

O relatório global da Organização Mundial de Saúde mostrou que o número de casos novos notificados de tuberculose (TB) caiu de 7,1 para 5,8 milhões entre os anos de 2019 e 2020. Revelou também que houve aumento do número de óbitos por tuberculose, fato ocorrido pela primeira vez na última década.

Objetivo

Comparar a apresentação, diagnóstico e desfecho do tratamento dos casos novos notificados de tuberculose em período prévio e durante a pandemia de COVID-19.

Método

Trata-se de um estudo descritivo, observacional, a partir de dados secundários do sistema de informação TB-WEB referente às notificações de tuberculose de um Hospital Universitário de referência para tuberculose multirresistente, HIV e transplantes do estado de São Paulo no período pré-pandêmico (2018/2019) e pandêmico (2020/2021) de COVID-19. Foram analisadas as variáveis apresentação clínica, comorbidades e o desfecho dos casos em ambos os períodos.

Resultados

Entre janeiro de 2018 a dezembro de 2021, foram notificados 349 casos de tuberculose no hospital, sendo 206 em 2018/2019 e 143 em 2020/2021, o que representou um declínio de 30,6% das notificações no período pandêmico. Em relação as comorbidades associadas, o acometimento pulmonar foi observado em 63% (220/349) dos casos e 37% (129/349) apresentavam forma extrapulmonar ou disseminada, 20% (70/349) dos pacientes tinham HIV associado, 10,9% (38/349) diabetes mellitus e 57,1% (199/349) outras comorbidades. Não foram observadas diferenças estatisticamente significativas na forma de apresentação da doença e frequência das comorbidades entre os dois períodos avaliados. Dos 349 pacientes notificados, 302 tiveram desfecho no hospital, 5 foram transferidos e os demais permanecem em tratamento. O desfecho do tratamento da TB foi favorável em 74% (148/200) dos casos no pré-pandêmico e 54% (54/102) no pandêmico (p = 0,001). As taxas de óbito e o óbito por tuberculose também diferiram de forma significativa na comparação entre os períodos (p < 0,05).

Conclusão

Houve uma redução do número de casos notificados com tuberculose. As apresentações clínicas foram semelhantes nos dois períodos, entretanto o grau de severidade necessita ser avaliado bem como a co-apresentação TB/COVID-19. A elevação nas taxas de óbitos por tuberculose requer a reorganização dos serviços para a suspeição, diagnóstico e tratamento de forma hierarquizada na dinâmica do SUS para retomar as metas de controle da doença.

Full text is only aviable in PDF
The Brazilian Journal of Infectious Diseases
Article options
Tools