XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
More infoA população de travestis e transexuais (TT) historicamente teve direitos negligenciados, sendo exposta a maior situação de vulnerabilidade. Tais condições adversas favorecem a esta população contextos sociais de violência e marginalização, como a prostituição e uso de álcool e drogas que aumenta a vulnerabilidade deste grupo populacional as infecções sexualmente transmissíveis (IST) em especial ao HIV/AIDS, onde é conhecido que em algumas regiões do mundo há até 66 vezes mais probabilidade de travestis e mulheres transexuais contraírem HIV, além de prevalências desta infecção que podem variar de 30 a 40% entre TT, em especial entre mulheres trans.
Objetivodescrever o impacto no incremento de adesão ao uso da PREP entre TT após implementação do ambulatório de cuidado integral a esta população no Município de Diadema.
MétodosDados compilados do período de agosto de 2019 até junho de 2023, analisados segundo: identidade de gênero. A obtenção, organização e tabulação dos dados foram realizadas utilizando-se o programa computacional Microsoft Excel 97.
ResultadosForam admitidos 343 usuários de PREP neste período, 94% de pessoas cis gênero, sendo a maioria de homens cis gays, 5,2% de mulheres trans e travestis e 0,2% de homens trans. Chama atenção que antes de setembro de 2021, data da inauguração do serviço de atendimento a pessoas TT no município, o percentual de usuários de PREP de TT não chegava nem a 2,3% e após a implementação do serviço de atendimento a TT com as devidas ações de sensibilização, atreladas ao acompanhamento hormonal individualizado, estas pessoas tiveram mais facilidade de acesso a PREP e com isto maior procura e adesão por este método de prevenção. Além do uso orientado de hormônios, ter a mesma unidade de dispensação para a profilaxia do HIV facilitou o seguimento da PREP, estratégia esta que reduziu barreiras de acesso e impactou no incremento de usuários de PREP entre pessoas TT no município, diminuído assim a vulnerabilidade ao HIV desta população.
ConclusãoEvidencia-se a necessidade de integração dos serviços de hormonizacao para pessoas TT aos serviços especializados em prevenção as infecções sexualmente transmissíveis e HIV/AIDS, para que a PREP seja não utilizada apenas por homens cis gays, mas também tenha ampliado seu acesso para a população de TT, que tem a maior vulnerabilidade a infecção do HIV.