XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
More infoDeterminar os fatores de risco relacionados à ocorrência de infecção de sítio cirúrgico em procedimentos ortopédicos.
MetodologiaEstudo de coorte retrospectivo, unicêntrico, realizado em um hospital universitário, utilizando banco de dados do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) de pacientes submetidos a cirurgia ortopédica durante o período de janeiro a dezembro de 2022. Infecção de Sítio Cirúrgico (ISC) foi definido de acordo com os critérios do Centers for Disease Control and Prevention. As cirurgias ortopédicas incluídas foram: redução aberta de fratura, artroplastia de quadril e joelho e artrodese, exceto coluna vertebral. A análise dos dados foi realizada por meio do software Sistema Automatizado de Controle de Infecções Hospitalares (SACIH). Os fatores de risco para ISC foram identificados por meio de análise univariada. As variáveis explicativas categóricas foram comparadas por meio do teste qui-quadrado e as variáveis explicativas contínuas por meio do teste t-Student, considerando nível de significância de 5% (p=0,05). Variáveis com p<0,25 na análise univariada foram incluídas na análise multivariada por meio de regressão logística.
ResultadosForam incluídos 1.629 pacientes, desses 62 desenvolveram ISC (3,8%) e 11 evoluíram para o óbito (0,7%). Na análise univariada, idade acima de 60 anos (p<0,001), tempo de internação pré-operatório (p<0,001) e tempo operatório acima de 2hs (p<0,001) foram associados à ISC. O risco de ISC aumenta significativamente com o aumento do tempo de internação pré-operatória, a ponto de, naqueles com mais de 3 dias de internação, o risco de ISC foi quatro vezes maior (p<0,001). Na análise multivariada, idade acima de 60 anos (RR=1,7; Intervalo de Confiança (IC) de 95%: 1,0‒3,0; p<0,045), internação pré-operatória maior que três dias (RR=1,3; 95% IC 1,1‒1,6; p =0,001) e duração cirúrgica superior a 2 horas (RR=1,8 95% IC 1,5‒2,2, p=0,000) foram identificados como fatores de risco independentes para ISC.
ConclusõesOs dados demonstram a correlação entre fatores de risco modificáveis como internação pré-operatória e maior tempo cirúrgico, com o risco de ISC. Medidas preventivas direcionada para essas variáveis podem impactar positivamente no resultado pós-operatório. Outros estudos, avaliando o impacto dessas medidas longitudinalmente são recomendados, visando reduzir as taxas de infecção.