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Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
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PI 107
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HEPATITE C EM UMA CRIANÇA MENOR DE 12 ANOS: DESAFIOS PARA O TRATAMENTO
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João Victor Soares Coriolano Coutinhoa, Diego Gonçalves Camargob, Maly de Albuquerquea
a Hospital de Doenças Tropicais (HDT) Dr. Anuar Auad, Goiânia, GO, Brasil
b Hospital das Clínicas (HC) da Universidade Federal de Goiás (UFG)
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Vol. 26. Issue S1
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A hepatite C é causada por um vírus, o qual pertence à família Flaviviridae. A transmissão ocorre predominantemente por via parenteral, a via sexual é esporádica e a transmissão vertical a principal forma de contaminação de crianças. Estima-se que 71 milhões de pessoas estejam infectadas no mundo. Os indivíduos adultos constituem o grupo de maior prevalência. A positividade do Anti-HCV nas crianças menores de 12 anos varia de 0,1 a 0.3 %. e em países em desenvolvimento esse número chega a 1,9%. A evolução para doença crônica vai ocorrer em 80% das crianças, as complicações são ainda pouco estudadas quando se compara com os adultos e o tratamento desafiador. Trata-se de uma paciente do sexo feminino de 7 anos de idade que deu entrada em nosso serviço em 28/09/2018, sem sintomas e com Anti-HCV positivo. Sua mãe havia sido diagnosticada com hepatite C em Julho de 2018, não sendo possível precisar a forma de contaminação, vírus de genótipo 1A, elastrografia: F4, Child A e com TGO e TGP maiores que 100. Tratada com Sofosbuvir + Daclastavir e Ribavirina por 12 semanas com Resposta Virológica Sustentada (RVS), PCR para o vírus C: não detectado, após 12 semanas do tratamento .A criança em questão possuía à admissão PCR para o vírus C de 1.219.681 UI/ml, genótipo 1A e elastografia: F0, TGO de 90 e TGP de 123, configurando hepatite C crônica. Apesar da idade, optou-se por iniciar tratamento com Sofosbovir 200 mg + Ledipasvir 45 mg por 12 semanas, pela evidencia de alta carga viral associada a elevação de marcadores de lesão hepática. A paciente teve boa resposta ao tratamento com PCR para o vírus C não detectado após 12 semanas e ainda segue em acompanhamento ambulatorial. A introdução de novos medicamentos de ação direta (DAA) para Hepatite C modificou de forma drástica o tratamento-por serem bem tolerados, mais seguros e altamente eficazes. Seu uso em crianças menores de 12 anos ainda é pouco estudado e cabe ao médico individualizar cada caso. Apesar de ser conhecido que na infância o curso da hepatite C é benigno e a evolução para cirrose é rara, sabe-se que a resolução espontânea não ocorre com facilidade na idade escolar e que existe maior chance desses indivíduos evoluírem com complicações na idade adulta. Por esses motivos, torna-se importante a discussão do tratamento, principalmente quando há evidência de alta carga viral e lesão hepática, como em nosso caso.

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