XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
More infoA sífilis é uma infecção bacteriana causada pelo T. pallidum, é exclusiva do ser humano e sua principal via de transmissão é através do contato sexual, além da transmissão de mãe para filho no momento do parto. O ambiente acadêmico permite maior liberdade de expressão, dessa forma o jovem sente-se mais seguro para expressar sua sexualidade, porém muitas das vezes não possuem conhecimento sobre infecções sexuais e percepções de risco, diante desta problemática o estudo pretendeu avaliar o perfil socioepidemiológico e conhecimento sobre a sífilis em universitários HSH.
MétodosA pesquisa foi do tipo transversal, descritiva e analítica, onde foram aplicados questionários semiestruturados com perguntas de cunho epidemiológico, percepção sobre a sífilis e comportamento sexual da população de HSH. Os questionários foram aplicados durante ações em saúde para universitários de diferentes cursos, no período de 2022, que se autoidentificaram como HSH, maiores de idade e que assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido.
ResultadosO estudo envolveu 51 participantes de 18 a 34 anos, 76,47% eram homossexuais (39/51) com renda familiar de até dois salários-mínimos 54,90% (28/51). Quanto ao estado civil, todos os integrantes da pesquisa se declararam solteiros. No que se refere a prática sexual, 60,78% (31/51) iniciaram a vida sexual entre 16 e 19 anos e quando perguntados o número de parceiros nos últimos 12 meses, a grande maioria tem em média de 3 a 5 parceiros (39,22%). Em relação ao uso de preservativos, 58,82% (30/51) não responderam, seguido de 21,57% (11/51) que falaram que às vezes usavam. Quanto às questões de percepção sobre a infecção de sífilis, 96,08% (49/51) disseram que sabem o que é a sífilis e que esta pode ser transmitida por sexo sem preservativos (58,82%; 30/51), mas uma grande parcela desta população (37,25%; 19/51) não responderam a esta pergunta. Quando perguntados se já fizeram alguma vez teste de sífilis, 45,10% (23/51) responderam que nunca fizeram e destes, 43,48% (10/23) responderam que não veem motivo ou não se sentem em risco para fazer o teste.
ConclusãoConcluímos que grande parcela dos HSH universitários sabem o que é a infecção por sífilis, porém quanto ao comportamento sexual, muitos não têm o devido cuidado, isso mostra a necessidade de se planejar mais ações em saúde dentro das universidades, a fim de ressaltar a importância da educação sexual no ensino superior.