XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
More infoA Organização mundial de saúde define o Programa de Gerenciamento do Uso de Antimicrobianos (PGA) como um conjunto integrado de intervenções, baseadas em evidências, que promovem o uso consciente e adequado de antimicrobianos (ATM). Um PGA é uma abordagem multifacetada que inclui políticas, diretrizes, vigilância da prevalência padrões de resistência e do consumo de ATM, além de educação e auditoria.
ObjetivoDemonstrar o PGA exercido pela Comissão de Controle de infecção hospitalar (CCIH) de um hospital de infectologia que é um hospital de ensino e os resultados das avaliações nos anos de 2020, 2021 e 2022.
MétodoTrata-se de um estudo observacional descritivo sobre o PGA realizado num hospital de infectologia público de nível terciário de ensino. Atualmente com 74 leitos, com pronto-socorro e unidade terapia intensiva na cidade de São Paulo. Este hospital tem programa de residência médica em infectologia. Utilizamos a auditoria retrospectiva para fazer o PGA, onde o médico solicita os ATM de uso controlado ou restrito através de um formulário, e a CCIH tem até 48h para avaliar a solicitação e intervir para manter o ATM, definir tempo de tratamento, suspender ou orientar a troca do mesmo. Considerando se há culturas disponíveis, síndrome clínica, se a infecção é comunitária ou hospitalar. A discussão do caso é com o corpo clínico prescritor ou com o residente responsável pelo paciente. Esta auditoria retrospectiva é realizada na maioria dos ATM de uso controlado (amicacina, cefalosporinas de 3ª. e 4ª geração, ciprofloxacina, daptomicina, linezolida, carbapenêmicos, equinocandinas, polimixina B, glicopeptideos, piperacilina-tazobactam) e há um grupo de ATM restritos que apenas são liberados após autorização da CCIH (ceftazidima-avibactam e anfotericina B lipossomal).
ResultadosOs resultados nos anos de 2020, 2021 e 2022 foram: 3.374, 3.604 e 2.273 solicitações de ATM, respectivamente. Foram aprovadas em 79,8%, 73,5% e 77,7% nos anos de 2020, 2021 e 2022, respectivamente. Os motivos para os casos não liberados foram: descalonamento para adequação a um resultado de cultura, fim de tratamento, troca por outro ATM com espectro maior, óbito ou alta. Enfatiza-se que todos os casos são discutidos com o corpo clínico ou com residentes. Concluindo, desempenhar o PGA em um hospital de infectologia tem os mesmos desafios de um hospital geral, e a CCIH deve ter sempre um papel educativo principalmente no que tange os residentes de infectologia.