XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
More infoAs bactérias da ordem Enterobacterales são um problema de saúde pública no Brasil, isoladas especialmente de IRAS e culturas de vigilância (swab retal) em hospitais, podendo apresentar resistência aos carbapenêmicos. O objetivo foi investigar a presença de genes de resistência aos carbapenêmicos blaKPC, blaNDM, blaGES, blaVIM, blaIMP e blaOXA-48-LIKE em isolados de Enterobacterales provenientes de pacientes de um hospital em Recife, PE.
MétodosForam selecionados 45 isolados resistentes a um ou mais carbapenêmicos por demanda espontânea, tanto de colonização quanto de sítios infecciosos. Inicialmente, foram cultivadas em placas com meio BHI (Brain Heart Infusion) e EMB (Eosin Methylene Blue). O perfil de susceptibilidade antimicrobiana foi determinado através do equipamento automatizado BD PhoenixTM. Após a confirmação, foi realizada a extração do DNA total e realizada a técnica de Reação em Cadeia da Polimerase para a identificação dos genes. Em seguida, foi realizado o sequenciamento dos amplicons.
ResultadosForam analisados isolados clínicos provenientes de sítios infecciosos (n=33) e de culturas de vigilância (n=12). Sete espécies de Enterobacterales que possuíam os genes de resistência blaNDM e blaKPC. Entre elas, as espécies mais prevalentes foram Klebsiella pneumoniae (n=19), Serratia marcescens (n=8) e Proteus mirabilis (n=7), seguidas por Providência stuartii (n=5), P. rettgeri (n=3), Enterobacter cloacae (n=2) e Morganella morganii (n=1). Em relação ao gene blaKPC, S. marcescens foi a espécie com maior ocorrência (n=8), enquanto para o gene blaNDM, K. pneumoniae (n=15) e P. mirabilis (n=3) foram as mais frequentes. A co-presença dos genes blaNDM e blaKPC. foi observada em quatro espécies do estudo, sendo P. stuartii (n=4) a espécie de maior ocorrência nesse caso.
ConclusãoA detecção de múltiplas espécies portadoras dos genes blaKPC e blaNDM e o número maior de bla¬NDM, indicam uma disseminação significativa desses genes resistência. Tais resultados destacam a necessidade urgente de estratégias de controle de infecções, a fim de garantir que os pacientes tenham um nível de segurança aceitável, e não comprometendo a eficácia dos tratamentos disponíveis durante a estadia dentro do ambiente hospitalar.