IV Congresso Goiano de Infectologia
More infoEstima-se que ocorram cerca de 390 milhões de infecções por dengue em todo o mundo por ano. Essa infecção pode evoluir para condição grave e potencialmente fatal. Diante disso, estudos que aprofundem a compreensão dos fatores de risco associados ao desenvolvimento de dengue grave são cruciais para embasar estratégias eficazes de prevenção, diagnóstico e manejo clínico.
ObjetivosEste trabalho tem objetivo de analisar fatores de risco associados a quadros de dengue grave, a fim de destacar possíveis relações causais para tal desfecho.
MetodologiaTrata-se de uma revisão da literatura. Com base na relevância para a temática do estudo, foram selecionados 5 artigos publicados nos últimos 10 anos na base de dados PubMed. Descritores utilizados foram: "dengue grave", "fator de risco" e "comorbidades".
ResultadoOs artigos sustentam uma relação positiva entre presença de fatores de risco e aumento da chance de desenvolver dengue grave. Um dos estudos analisados encontrou associação significativa entre obesidade e gravidade da dengue em crianças, no qual houve 38% mais chances de desenvolver infecção grave entre pacientes obesos, comparado aos não obesos. Os dados sugerem que diabéticos tipo 2 com dengue e controle glicêmico adequado –HbA1c < 7%, conforme recomendação da Associação Americana de Diabetes– apresentavam menor risco de desenvolver dengue grave em comparação com pacientes com nível glicêmico descompensado. Estudo sobre pacientes adultos diabéticos com dengue indicou que aqueles em tratamento com Metformina tinham risco 33-40% menor de desenvolver dengue grave. Outro estudo sobre dengue em mulheres em idade fértil indica que gravidez foi associada a maior risco de hospitalização no período gestacional. Tal fato reforça a relevância da identificação precoce de sinais de sangramento, a fim de proporcionar melhor cuidado e tratamento.
ConclusãoMediante a revisão integrativa proposta, identificou-se que gravidez, DM2, obesidade, doenças renais, faixa etária compreendida até os 12 anos incompletos e pacientes com infecções secundárias representam fatores de risco para a evolução de gravidade na dengue. Assim, enfatiza-se a atenção primária, por meio da prevenção em saúde, como sendo parte principal da base da pirâmide de cuidados para identificação de sinais de complicações, de forma a proporcionar melhor acompanhamento e tratamento do paciente, a fim de estabilizar a doença e inibir a evolução de outras afecções clínicas de maior gravidade.