XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
More infoO Pé Diabético afeta a qualidade de vida e a mortalidade do indivíduo. O objetivo deste estudo foi avaliar o perfil microbiológico, resistência antimicrobiana, fatores de risco para amputação e mortalidade de pacientes com pé diabético entre 2014 e 2019 em um hospital de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Foram avaliados 260 pacientes, maiores de 18 anos. Os dados foram analisados por estatísticas descritivas, análise de X-quadrado de Pearson e teste T. A idade média foi 66,4 anos (DP 14,43), 153 (58,8%) do sexo masculino. Quanto às comorbidades, 119 (45,8%) eram hipertensos. A maioria 249 (95,8%) eram portadores do DM tipo 2. As análises comparativas quanto às características dos pés diabéticos avaliados, mostraram que o membro inferior esquerdo 129 (49,6%) foi o mais acometido. No que se refere à parte do pé avaliada, 86 (33,0%) eram o primeiro pododáctilo, seguido do calcâneo 55 (21,1%). A deformidade mal perfurante plantar estava presente em 137 (52,7%) pacientes. Os procedimentos mais realizados foram: 80 (30,8%) amputações e 71 (27,3%) debridamento cirúrgico/curativo. Tipo de amputação mais predominante foi amputação menor 106 (40,8%). A média de pontos da PEDIS para pacientes submetidos à amputação maior foi superior quando comparados aos não amputados (2,58 e 1,64 pontos respectivamente, p < 0,0001), mas a média de PEDIS de amputação maior não diferiu estatisticamente da média de amputação menor (2,58 e 2,27 pontos respectivamente). A média de pontos da classificação de Wagner para pacientes submetidos à amputação maior foi mais elevada do que a média para pacientes não amputados (2,50 e 1,50 pontos respectivamente, p < 0,0001), entretanto a média dos pacientes submetidos à amputação maior não diferiu estatisticamente daqueles submetidos à amputação menor (2,50 e 2,27 ptos respectivamente). Isquemia crítica ocorreu com mais frequência em pacientes submetidos à amputação menor 29 (11,1%) se comparado com aqueles submetidos à amputação maior 10 (3,8%). A perda de sensibilidade aconteceu com mais frequência naqueles submetidos à amputação menor 37 (14,2%) do que os com amputação maior 15 (5,8%). Na Na avaliação microbiológica, a espécie mais frequentemente isolada foi o Staphylococcus aureus, 18,85% do total de casos, seguido d Enterococcus faecalis17,69% e Pseudomonas, 8,85% dos casos. Não houve associação estatística entre um microrganismo ou grupo específico com amputação e óbito.