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Vol. 27. Issue S1.
XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
(October 2023)
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XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
(October 2023)
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ESQUISTOSSOMOSE PROSTÁTICA: RELATO DE CASO
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Sabrina de Souza Ramos
Corresponding author
sabrinaramosmg@hotmail.com

Corresponding author.
, Thayná Martins Gouveia, Kézia de Souza Pinheiro, Aloísio Falqueto, Ricardo Tristão Sá
Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Vitória, ES, Brasil
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Vol. 27. Issue S1

XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia

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Introdução

A esquistossomose é uma doença parasitária endêmica no Brasil, considerada um problema de saúde pública devido a sua alta prevalência em diversas regiões do país e a potencial gravidade das formas clínicas. O Schistosoma mansoni é o principal causador da esquistossomose no Brasil, sendo as formas intestinal e hepatoesplênica as mais comuns. Formas clínicas mais raras, com o acometimento do sistema genitourinário, geralmente são causadas por outras espécies.

Descrição do caso

Paciente masculino, 62 anos, carpinteiro, natural de Pancas-ES, e residente de Viana-ES, compareceu em consulta com urologista devido a queixa de incontinência urinária, disúria, polaciúria e diminuição de jato urinário com início há cerca de 2 anos. Em investigação, obteve resultados de Antígeno Prostático Específico (PSA) elevados para os valores de referência em quatro exames, seguindo com realização de biópsia de próstata. O laudo histopatológico evidenciou granuloma calcificado em lobo direito e reação granulomatosa focal associada a ovos de Schistosoma mansoni em lobo esquerdo. Encaminhado para seguimento no serviço de infectologia do Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes (Hucam) onde foi tratado com praziquantel 40 mg/kg, em dose única. Em pesquisa de vínculo epidemiológico, paciente relata banhos em lagoas/rios de áreas rurais endêmicas.

Comentários

Neste caso, relatamos um acometimento prostático pelo S. mansoni, incomum para esta espécie, sendo o Schistosoma haematobium a mais comumente envolvida nas formas genitourinárias. É possível que a fêmea adulta tenha migrado através da circulação colateral e realizado a postura na próstata. Os ovos podem provocar inflamação granulomatosa, ulcerações e desenvolvimento de pseudopólipos que podem simular uma neoplasia. Ainda não está clara a associação entre S. mansoni e neoplasia de próstata, associação esta já estabelecida com o S. haematobium. O processo inflamatório crônico pode justificar o aumento do PSA. Apesar de rara, é possível a ocorrência da esquistossomose na próstata, devendo ser eventualmente colocada como diagnóstico diferencial nos acometimentos desse órgão, especialmente em pacientes provenientes de regiões endêmicas, com comportamento de risco.

Palavras-chave:
Esquistossomose Próstata Schistosoma mansoni Formas genitourinárias Esquistossomose prostática
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