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Vol. 28. Issue S2.
14° Congresso Paulista de Infectologia
(October 2024)
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14° Congresso Paulista de Infectologia
(October 2024)
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EP-478 - TUBERCULOSE EXTRAPULMONAR E DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS, UM RELATO DE CASO.
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Jorge V.L. Monteiro, Jéssica do N. Silva, Nayara Marques de Jesus, Gladys V.B. do P. Melo, Robinson Koji
Universidade Nove de Julho (UNINOVE), São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 28. Issue S2

14° Congresso Paulista de Infectologia

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Introdução

Os pulmões, local mais comum da infecção primária, representam aproximadamente 85% dos casos de tuberculose (TB). A tuberculose extrapulmonar compreende 20% dos casos. Otite média tuberculosa (TOM) é uma manifestação rara representando 0,05%-0,9% entre as doenças crônicas do ouvido médio e a a otomastoidite tuberculosa é um diagnóstico diferencial.

Objetivo

Relatar um caso com evolução de TOM para otomastoidite tuberculosa.

Método

Documentar e analisar um caso de otomastoidite tuberculosa.

Resultados

Mulher, 16 anos, com história de otite média secretora há 8 meses, não respondeu ao tratamento farmacológico. A Ressonância Magnética (RM) revelou colesteatoma com possível otomastoidite e, por isso, foi indicada intervenção cirúrgica. Durante a cirurgia, o médico notou quadro de destruição óssea intenso e não usual sugerindo micobactéria como etiologia possível. Anatomopatológico (AP) mostrou granuloma com necrose central no ouvido, entretanto, PBAAR negativo. Foi solicitado também teste de IGRA, positivo. Após a cirurgia, a paciente encontrava-se assintomática, mas apresentava perda auditiva do lado abordado. A investigação foi complementada pela infectologista que verificou ausência de sintomas pulmonares específicos. Solicitou uma tomografia computadorizada (TC) de tórax que mostrou imagem sugestiva de TB latente, além da pesquisa de PBAAR no escarro, negativa. Com esses dados, optou-se por iniciar o tratamento para TB pulmonar e óssea, sem agente isolado. Como não havia sintomas para servirem de parâmetro de melhora, nova TC de tórax foi realizada após 2 meses do início do tratamento que mostrou melhora. A paciente apresentou recuperação auditiva gradativa ao longo do tratamento, que durou um ano. Ao final do tratamento, foram solicitados novos testes com os resultados: IGRA, positivo; PBAAR no escarro, negativo e TC de tórax que mostrou resolução e um nódulo calcificado. A paciente está assintomática e com recuperação quase completa da audição.

Conclusão

A otomastoidite tuberculosa é caracterizada por otorréia indolor, perfurações timpânicas, tecido de granulação abundante e necrose óssea. Principais complicações são: mastoidite, paralisia facial e perda auditiva. O diagnóstico é desafiador, devido a semelhança na clínica da TOM. A confirmação é feita pelo AP do tecido de granulação afetado. O tratamento pode ser farmacológico ou cirúrgico. É crucial manter a suspeita de TB em manifestação clínica atípica, especialmente em pacientes com histórico sugestivo de TB ou otite média incurável.

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