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Vol. 28. Issue S2.
14° Congresso Paulista de Infectologia
(October 2024)
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14° Congresso Paulista de Infectologia
(October 2024)
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EP-369 - HIDROCEFALIA OBSTRUTIVA INTERMITENTE DE CISTO ÚNICO DE NEUROCISTICERCOSE RACEMOSA EM QUARTO VENTRÍCULO CEREBRAL - RELATO DE CASO
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Alessa de Andrade Santana, Júlia Domingues Gatti, Matheus Oliveira Povoa, Henrique C.R. Aquino Santos, Alexandre Mota Mece
Hospital das Clínicas (HC), Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brasil
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Vol. 28. Issue S2

14° Congresso Paulista de Infectologia

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Introdução

A Neurocisticercose (NC) é a principal doença parasitária do SNC e é endêmica no Brasil. Apresenta-se na forma intraparenquimatosa e racemosa, sendo um desafio diagnóstico devido à sua gama de apresentação (epilepsia, déficits focais, meningoencefalite crônica, hipertensão intracraniana). Destacamos um caso de sucesso na ressecção cirúrgica de cisto intraventricular (IV) com confirmação histopatológica.

Objetivo

Relatar caso de apresentação menos comum de NC e suas repercussões clínicas e de tratamento.

Método

Relato de caso, revisão de prontuário e literatura.

Resultados

: Mulher, 29 anos, há 01 dia com cefaleia, náuseas, vômitos, pico subfebril, rigidez de nuca e rebaixamento súbito do nível de consciência (ECG 9) é admitida em sala de emergência. Evidenciado em TC de crânio sistema ventricular com dilatação supratentorial e transudação liquórica, sugestivos de hipertensão intracraniana (HIC). Devido à impossibilidade de coleta de líquor cefalorraquidiano (LCR) num primeiro momento, é conduzida como meningoencefalite bacteriana/viral, com ceftriaxona, aciclovir e vancomicina. Evolui em poucas horas com melhora completa de sintomas. Em ressonância magnética de crânio, visto sinais de HIC com ectasia do III e ventrículos laterais, sem sinais de herniação, além de formação com componente cístico e nodular de permeio em 4° ventrículo com extensão caudal ocupando parte do forame de Magendie e de Luschka. Coleta de LCR evidenciou 26 leucócitos (sem diferencial), proteína de 43 e glicose de 84. Sorologia para cisticercose positiva no LCR (IgG Taenia solium e imunofluorescência indireta reagentes). Encaminhada para remoção cirúrgica (craniotomia suboccipital até forame magno). Anatomopatológico evidenciou Cisticerco Celullosae, com scolex e membrana. Teve alta sete dias após a cirurgia, assintomática.

Conclusão

A NC extraparenquimatosa IV é menos comum (10 a 20% dos casos). Pode ser assintomática por anos, até ocorrer obstrução pelo cisto que se aloja em área de drenagem, desencadeando hidrocefalia por obstrução do aqueduto de Sylvius ou forame de Magendie e de Luschka. O tratamento da NC depende da sua localização. A forma IV com cistos não aderentes denota remoção cirúrgica se acesso possível. Caso cistos aderentes ou não passíveis de remoção, sugere-se derivação liquórica seguida de antiparasitário e corticoterapia. Este caso expõe a relevância de se considerar NC nos diagnósticos diferenciais de hidrocefalia obstrutiva, bem como conhecer as propostas de tratamento com base em evidência médica.

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