14° Congresso Paulista de Infectologia
More infoAs infecções bacterianas agudas da pele e da estrutura da pele (ABSSSIs) são condições heterogêneas, podendo cursar com diversas complicações, e representam importante causa de hospitalização, gastos em saúde e uso de antimicrobianos. A emergência global de cepas resistentes a múltiplos antibióticos, incluindo cepas de S. aureus resistentes à meticilina (MRSA), são um desafio ao tratamento adequado, principalmente em pacientes mais susceptíveis a efeitos colaterais e interações medicamentosas. A Delafloxacina, recentemente aprovada no Brasil para uso em ABSSSIs, é uma nova fluoroquinolona com um amplo espectro de atividade e um perfil favorável de efeitos colaterais que contribui para o arsenal de medicamentos disponíveis para o tratamento desse tipo de infecção.
ObjetivoContribuir com informações úteis para a prática clínica através da divulgação de dados clínicos reais e desfechos favoráveis com uso de nova fluorquinolona em pacientes idosos.
MétodoRelato de dois casos clínicos.
ResultadosCaso 01: Homem, 69 anos, DM tipo 2, HAS, DRC interna por lesão ulcerada de 4 cm de diâmetro em face anterior de pé esquerdo associada a sinais flogísticos locais, com 1 mês de evolução, refratária ao uso de Ciprofloxacino 500 mg 2 × /d e Clindamicina 600 mg 6/6h por 7 dias. Foi iniciado Daptomicina 350 mg IV/d + Tazocin 4,5g 6/6h IV, porém houve piora de função renal e de PCR. Biópsia da lesão isolou Enterobacter cloacae ESBL e Staphylococcus aureus Oxacilina Sensível. Foi optado por troca de ATB para Delafloxacino 300 mg 12/12h IV que paciente usou por 5 dias, com resolução completa do quadro e melhora laboratorial. Caso 02: Homem, 91 anos, HAS, DM tipo 2, ICC e marcapasso interna por abscesso e celulite em cotovelo esquerdo, sem trauma associado. Apresentava lesão renal aguda,PCR 14,5(mg/dL). Fez uso de Delafloxacino 300mg IV 12/12h por 7 dias além da drenagem percutânea do abscesso (culturas negativas), com regressão do quadro. Teve alta após uma semana para término de tratamento com Bactrim oral.
ConclusãoApesar do receio dos efeitos colaterais das gerações antigas de fluoroquinolonas, principalmente em idosos, estudos in vitro e in vivo mostram perfil de efeitos colaterais favorável ao comparar Delafloxacina com outros membros de sua classe. Os dois relatos mostram desfechos clínicos favoráveis, ausência de efeitos colaterais e rápida desospitalização de pacientes idosos após o uso de Delafloxacina para ABSSSIs, contribuindo para dados de eficácia e segurança clínica da droga em mundo real.