14° Congresso Paulista de Infectologia
More infoA dengue é uma arbovirose, causada pelo Vírus da Dengue. É transmitida pela picada do vetor Aedes aegypti. A doença tem caráter febril e apresenta diferentes padrões de sintomatologia, de acordo com o sorotipo viral e características imunes do hospedeiro. A doença apresenta sazonalidade associada à prevalência do vetor. O diagnóstico é clínico, com confirmação laboratorial, por sorologia.
ObjetivoEste trabalho tem como objetivo apresentar as características epidemiológicas da dengue, nas cidades do ABC Paulista, entre 2014 e abril de 2024.
MétodoInformações sobre a dengue, disponibilizadas no DATASUS, nas cidades de: Santo André (SA), São Bernardo do Campo (SBC), São Caetano do Sul (SCS), Diadema, Mauá, Ribeirão Pires (RP) e Rio Grande da Serra (RGS), entre 2014 e 2024, foram analisadas e comparadas às publicações relacionadas.
ResultadosEntre 2014 e abril de 2024, foram notificados 43.480 casos de Dengue no ABC Paulista. As maiores notificações foram em SBC (29%), Diadema (21%) e SA (18,6%). As menores em RGS (0,17%) e RP (1,7%). Os maiores números de casos ocorreram em 2015 (13.373), 2019 (2052) e 2024 (18253 até abril). O aumento dos casos, em 2024, comparado a 2023, é de cerca de 19x. As menores notificações ocorreram em 2017, 2018 e 2020. Tratando-se de uma doença transmitida por vetor invertebrado, fatores ambientais, como aumento de temperatura, podem influenciar o aumento de casos em uma região. Nos últimos anos, o aumento da temperatura no Estado de São Paulo variou entre 1,5°C e 2,4°C por ano. Além disso, a substituição entre os sorotipos circulantes, também influencia o aparecimento de surtos. No Estado de SP, em 2024, circulam os sorotipos 1, 2 e 3. Com relação ao sexo, 49% dos indivíduos foram identificados como feminino e, 51% masculino. As faixas etárias com maiores notificações foram 20 a 39 anos (49%) e, 40 a 59 anos (29%). O menor número de casos é reportado em crianças menores de 1 ano de idade (1%).
ConclusãoNos últimos anos, os casos de dengue tiveram um aumento expressivo no Brasil. No ABC Paulista, esse aumento foi iniciado em 2015. O aumento da temperatura nos últimos anos influencia a reprodução do vetor e a transmissibilidade da doença. A queda de casos, observada em 2020, pode ter sido ocasionada por subnotificações, em decorrência da pandemia da COVID-19. Com relação ao sexo dos pacientes, não foi observada diferença e, a maioria dos casos são reportados em indivíduos de 20 a 39 anos de idade.