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Vol. 28. Issue S2.
14° Congresso Paulista de Infectologia
(October 2024)
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Vol. 28. Issue S2.
14° Congresso Paulista de Infectologia
(October 2024)
ÁREA: HEPATITES VIRAIS
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EP-266 - CASO DE HEPATITE AGUDA PELO VÍRUS DA HEPATITE E EM SÃO PAULO: O PAPEL DA CARACTERIZAÇÃO GENÉTICA VIRAL NO ESTABELECIMENTO DA PROVÁVEL FONTE DE INFECÇÃO
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Leidiane Barbosa Ribeiro, Ana Catharina dos Santos Seixas Nastri, Fernanda de Mello Malta, Deyvid Emanuel Amgarten, Luciana Vilas Boas Casadio, Mario Peribanez Gonzalez, Suzane Kioko Ono, Maria Cássia Jacintho Mendes-Corrêa, João Renato Rebello Pinho, Michele Soares Gomes-Gouvêa
Instituto de Medicina Tropical, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 28. Issue S2

14° Congresso Paulista de Infectologia

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Introdução

O vírus da Hepatite E (HEV) é responsável pelo desenvolvimento da hepatite E, e sua principal via de transmissão é fecal-oral. O genótipo 3 (HEV-3), zoonótico, está globalmente distribuído, sendo o consumo de carne suína mal cozida o principal fator de risco para infecção. No Brasil, o HEV está presente em suínos e produtos derivados, havendo ainda poucos relatos de infecção em humanos, embora os estudos sorológicos apontem para uma prevalência bem maior. A ausência de triagem rotineira dificulta a compreensão dessa infecção em nosso meio fazendo-se necessária a inclusão desse agente como hipótese diagnóstica nos casos de hepatite aguda sem etiologia definida.

Resultados

Paciente masculino, 67 anos, deu entrada no Hospital das Clínicas da FMUSP com quadro de hepatite aguda apresentando os seguintes sintomas: náusea, dor abdominal, urina escura e fezes claras. Os níveis de enzimas hepáticas estavam elevados (AST = 2.616 U/L; ALT = 2.654 U/L), fosfatase alcalina de 256 U/l, gama-glutamil transpeptidase de 210 U/l e bilirrubina total de 11,6 mg/dL. A tomografia de abdome apresentou fígado de dimensões um pouco aumentadas, de contornos regulares, sem evidência de lesões focais. A infecção pelos vírus das hepatites A, B ou C foi descartada por ausência de marcadores sorológicos dessas infecções. Foi realizada a pesquisa do HEV por PCR em tempo real sendo o RNA viral detectado com carga viral de 222,44 U/ul, além disso a sorologia para pesquisa de anticorpos anti-HEV IgM e IgG foi reagente. O genoma dessa cepa de HEV foi caracterizado e o genótipo classificado como 3 subtipo f (HEV-3f). Na análise filogenética essa sequência viral agrupou-se com cepas do HEV detectadas em suínos da região Nordeste do Brasil.

Conclusão

No Brasil até o presente momento apenas o genótipo 3 do HEV foi identificado infectando humanos e suínos. Curiosamente, o paciente infectado pelo HEV identificado neste estudo tinha um histórico de viagem recente para a cidade de Garanhuns - Pernambuco, onde foi relatada alta soroprevalência de HEV em suínos. A estreita relação filogenética do HEV isolado do paciente com cepas suínas isoladas no referido estado, em cidades próximas de onde o paciente esteve, sugere uma possível transmissão zoonótica do HEV nesta região. O estudo da diversidade genética do HEV é de grande relevância para o entendimento das vias de transmissão predominantes em nosso meio e para a avaliação da eficácia dos métodos moleculares utilizados para diagnóstico.

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