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Vol. 28. Issue S2.
14° Congresso Paulista de Infectologia
(October 2024)
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EP-257 - SURTO DE DENGUE NO BRASIL: ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE 2023 E 2024
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Matheus Negri Boschiero, Nathalia Mariana Sansone, Fernando Augusto Marson
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, SP, Brasil
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14° Congresso Paulista de Infectologia

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Introdução

Dengue é uma das arboviroses mais comuns do Brasil e América Latina. Historicamente, a dengue possui um caráter de surto epidemiológico cíclico na América, porém, nenhum surto foi tão grave quanto o de 2024.

Objetivo

Comparar os casos suspeitos de dengue (CSD) de 2023-2024 disponibilizados pelo Ministério da Saúde (MS) de acordo com o perfil epidemiológico da população.

Método

Estudo observacional dos dados de CSD das 52 semanas epidemiológicas (SE) de 2023 e das 11 SE de 2024 disponibilizados pelo MS. Marcadores avaliados: número de casos suspeitos e graves, incidência, número de óbitos, taxa de letalidade em casos confirmados e graves, sexo, raça e idade. Calculou-se o aumento relativo de casos suspeitos entre 2023-2024 e a diferença estatística no número de casos entre 2023-2024 por meio do teste X2. Os dados foram apresentados com uso de Odds Ratio (OR) e intervalo de confiança de 95% (95%IC). O valor P≤0,05 foi considerado como nível de significância estatística.

Resultados

Em 2023, o Brasil registrou um total de 1.658.814 CSD, sendo que um total de 1.094 indivíduos morreram por dengue. As mulheres (53,9%) foram mais afetadas. Em relação à raça, os mais afetados foram os brancos (42,2%), seguidos pelos pardos (35,4%), negros (4,4%), asiáticos (1,6%) e indígenas (0,2%). Em 2024, foram notificados 1.978.372 CSD apenas até a 11ª SE, sendo que 656 indivíduos morreram por dengue. O perfil epidemiológico de gênero foi semelhante ao de 2023, as mulheres (55,5%) também foram mais afetadas. Porém, a raça mais afetada foram os pardos (40,6%), seguidos por brancos (35,8%), negros (5,8%), asiáticos (1,3%) e indígenas (0,3%). Comparando os CSD notificados em 2023-2024, houve um aumento variando de 164% na 11ª SE e 726% na 8ª SE. Notificaram-se 20% mais casos durante as primeiras 11 SE de 2024 do que em todas as 52 SE de 2023. Foi descrito um perfil epidemiológico diferente em relação à raça entre 2023-2024 sendo que os indígenas (OR = 1,77 [IC95% = 1,70-1,85]), negros (OR = 1,56 [IC95% = 1,54-1,57]) e pardos (OR = 1,36 [IC95% = 1,35-1,36]) apresentaram maior probabilidade de ser um CSD em 2024 em comparação com 2023. Ademais, as mulheres também apresentaram maior chance de ser um CSD em 2024 (OR = 1,07 [IC95% = 1,06-1,07]).

Conclusão

Identificamos um perfil epidemiológico diferente em relação à raça entre 2023-2024, uma vez que os indígenas, os negros e os pardos tinham maior probabilidade de serem CSD em 2024 em comparação com 2023.

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