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Vol. 28. Issue S2.
14° Congresso Paulista de Infectologia
(October 2024)
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EP-227 - MYCOBACTERIUM SZULGAI: RELATO DE DOIS CASOS.
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Matheus Oliveira Póvoa, Mariani de Lima Garcia, Lucas de Noronha Lima, Marcia Teixeira Garcia, Antônio Camargo Martins, Michele de Freitas Silva, Amanda Tereza Ferreira, Rodrigo Nogueira Angerami, Mariângela Ribeiro Resende, Nanci Michele Saita
Hospital das Clínicas (HC), Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brasil
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Vol. 28. Issue S2

14° Congresso Paulista de Infectologia

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Introdução

Mycobacterium szulgai (M. szulgai) é uma micobactéria não tuberculosis (MNT) de crescimento lento, ubíquo, oportunista, sendo pouco frequente.

Objetivo

Expandir o acervo sobre o M. szulgai por meio da descrição de dois casos clínicos de infecção pulmonar acompanhados em um Ambulatório de Referência do estado de São Paulo.

Método

Revisão de prontuário com ênfase no diagnóstico, manejo terapêutico, e desfechos clínicos, formulando dois relatos de caso.

Resultados

Caso 1 - homem, 58 anos, previamente tabagista e pneumopata. Em 02/2007 iniciou febre vespertina, tosse e síndrome consumptiva, a pesquisa de BAAR foi positiva, iniciando tratamento supervisionado com isoniazida, rifampicina e pirazinamida (esquema padrão à época). Devido à hepatite medicamentosa, em maio, foi alterado esquema para estreptomicina e etambutol. Devido à persistência de BAAR positiva, em 06/2007 trocado para isoniazida, ofloxacino e etambutol e realizado tomografia, com evidência de cavitação em lobo superior direito e árvore em brotamento. O resultado da cultura foi obtido em 01/2008, com crescimento de M. szulgai, sendo o esquema alterado para rifampicina, isoniazida e ofloxacino, sendo o último substituído por Levofloxacino em 04/2008. Em abril/2008 houve negativação da pesquisa de BAAR e da cultura do escarro. O tratamento foi suspenso em abril/2009. Caso 2 - homem, 60 anos, hepatopata crônico, em agosto/2023 iniciou quadro de perda ponderal associado à tontura e astenia. Em exame de imagem evidenciou-se cavitações em lobos superiores, linfonodos mediastinais e árvore em brotamento. Coletado escarro com BAAR e TRM-TB negativos, foi então solicitado lavado broncoalveolar em dezembro/23 o qual identificou M. szulgai em cultura. Iniciou o tratamento em março/2024 com rifampicina, etambutol, claritromicina e amicacina, o qual segue em uso até a presente data.

Conclusão

Entre as MNT em humanos a prevalência de isolamento de M. szulgai é muito baixa, cerca de 0,2%. Do ponto de vista clínico e radiológico é indistinguível da tuberculose. Os dois casos relatados foram de apresentação pulmonar em pacientes com doenças crônicas, pneumopatia e hepatopatia. Ressalta-se que no primeiro caso houve um retardo no diagnóstico da espécie e no segundo o diagnóstico foi mais célere. Pelo número escasso de casos, não há tratamento padrão preconizado, entretanto assume-se susceptibilidade a maioria dos antimicobacterianos, com uso de, no mínimo, três drogas efetivas e duração de 12 a 18 meses.

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