14° Congresso Paulista de Infectologia
More infoA pandemia por COVID 19 impactou o acesso aos serviços de saúde e as doenças de notificação compulsória. A sífilis, que necessita de diagnóstico e tratamento precoce para prevenir complicações graves é uma condição que se não tratada, pode se tornar crônica, com consequências irreversíveis, principalmente na gestação em que o tratamento inclui a prevenção da sífilis congênita.
ObjetivoAnalisar como a pandemia por COVID 19 interferiu nas taxas de incidência e notificação de sífilis gestacional e sífilis congênita no Brasil.
MétodoEstudo descritivo e analítico das notificações de sífilis gestacional e congênita, com base no mapeamento do Ministério da Saúde, por meio do Boletim Epidemiológico da Sífilis, no período de 2019 a 2022. Foram calculadas as porcentagens das notificações por região brasileira, e os resultados discutidos com literatura nacional, com base no contexto do período de enfrentamento à COVID-19. O boletim emitido no ano de 2019 (anterior a pandemia) foi utilizado como base para as análises comparativas de porcentagem.
ResultadosÉ notável uma variação nas taxas de notificação de sífilis gestacional e congênita durante o período estudado. Todas as regiões brasileiras apresentaram variações relativas, porém, algumas regiões em especial como o Sudeste, Nordeste e Norte apresentaram variações que requerem atenção. No Sudeste, os casos aumentaram em cerca de 30,99%, enquanto no Norte houve um aumento de 42,63% nos casos de sífilis gestacional entre 2019 e 2022. Em relação à sífilis congênita, todas as regiões registraram uma queda nas notificações em 2020.As interrupções na assistência médica durante o período pandêmico exigida pelo contexto sanitário geraram preocupações adicionais para gestantes (ESTRELA et al, 2020). Há possibilidade de que, essas oscilações nas notificações de sífilis se relacionem às adaptações e suspensões às consultas nos serviços, especialmente no que diz respeito ao pré-natal e à puericultura (Bousquat et al. 2020): Além disso, a escassez de recursos e infraestrutura, as dificuldades geográficas notórias principalmente em decorrência da diminuição e dificuldade de acesso ao transporte público exacerbaram as desigualdades no acesso aos serviços de saúde em determinadas regiões.