14° Congresso Paulista de Infectologia
More infoO Cryptococcus spp. é uma micose invasiva com importante morbimortalidade. Considerada uma doença oportunista em PVHA. Houve redução após introdução da TARV.
ObjetivoDescrever as características dos pacientes que receberam diagnóstico de criptococose meníngea. MÉTODO: Trabalho observacional retrospectivo de corte transversal. Analisou de 2017-2023, no Hospital Heliópolis. Triagem pelo livro ata do laboratório todos os exames de LCR, e liberação pela farmácia de anfotericina. Incluso pacientes que tiveram diagnóstico laboratorial confirmatório de NC. Excluiu-se não confirmaram diagnóstico, internações fora desse período e pacientes ambulatoriais. Submetido ao comitê de ética, e aprovado em novembro de 2023.
ResultadosRevisados 195 prontuários, 20 inclusos. Epidemiologia 100% homens, média idade 38,5 anos. Houve 85% pacientes com HIV, 15% sem imunossupressão. Pacientes com HIV, 58% diagnóstico recente, sendo NC primeira doença oportunista, 42% em abandono TARV. Média de CD4 foi de 49,8, e carga viral de 736.085. Desfecho, 35% evoluíram a óbito e 65% receberam alta. Tinta da China 75% positividade, cultura no LCR para fungos 50%, antígeno criptocóccico 30%. O LCR predomínio de celularidade em 100% linfomononucleares, relacionando-se positivamente com óbito. Relativo à proteinorraquia, 83,3% tinham aumento, em 100% dos óbitos havia elevação. Sem diferença entre a média geral e de óbito. Dentre os sintomas, cefaleia 85%, náuseas e/ou vômito 55%, febre 45% e alteração de consciência 40%. Convulsão15%, déficit motor25% e vertigem30% foram de baixa relevância. O tratamento anfotericina desoxicolato + fluconazol 42,9%, anfotericina CL + flucitosina 28,6%, anfotericina desoxicolato + flucitosina 14,3%, tempo médio de 24 dias. Identificou 58% tinham diagnóstico recente para HIV, opondo à literatura, a qual apresenta 4,4% como primeira doença oportunista. O exame de cultura para fungo positivou menos que na literatura. Havendo correlação entre a positividade da cultura de fungo e a mortalidade de pacientes p = 0.043. Cefaleia foi o sintoma mais encontrado, acima da literatura, já febre abaixo da literatura. Correlação positiva entre aumento de mortalidade e rebaixamento de consciência p = 0.035 e Glasgow alterado p = 0.030. Verifica-se que tempo de tratamento menor que 14 dias foi fator protetor para mortalidade p = 0.00.
ConclusãoOs autores reconhecem o baixo número amostral, interferindo nos cálculos. Assim sugerem um novo estudo prospectivo, com padronização na elaboração do prontuário e coleta de dados, e maior tempo.