A doença fúngica invasiva (DFI) é uma importante causa de morbidade e mortalidade após o transplante de fígado (TF). Os principais agentes associados à DFI precoce são Candida sp. e Aspergillus sp. No entanto, faltam dados na literatura sobre a DFI durante o período peritransplante, as primeiras 24 horas após o transplante.

Identificar os fatores de risco para ocorrência de DFI no período peritransplante e fatores de risco de mortalidade em 30 dias após o transplante.

Estudo caso-controle retrospectivo unicêntrico de pacientes transplantados de fígado de 2002 a 2017.

Houve 26 casos de DFI intraoperatória e 78 controles. Na análise multivariada, os dias de internação antes do transplante (OR 1,09, p = 0,01) e anastomose biliodigestiva (OR 5,01, p = 0,02) foram associados à ocorrência de DFI. O uso de antimicrobianos nos 30 dias anteriores ao transplante (HR 5,94, p = 0,009), hemodiálise após TF (HR 6,3, p = 0,004) e disfunção precoce do enxerto (HR 8,94, p = 0,006) foram independentemente associados ao óbito.

Pacientes hospitalizados antes do transplante e anastomoses biliodigestivas foram fatores de risco significativos para ocorrência de DFI no período peritransplante, e essas infecções não foram consideradas fator de risco para óbito nos primeiros 30 dias após o transplante.