14° Congresso Paulista de Infectologia
More infoA colonização de pacientes por microrganismos multirresistentes (MDR) em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é um desafio para os controladores de infecção, devido a maior exposição dos pacientes a procedimentos e dispositivos invasivos, quadro clínico debilitado e sua manipulação pela equipe assistencial, podendo evoluir para uma infecção grave pelo microrganismo colonizante.
ObjetivoCorrelacionar a aquisição de IRAS em pacientes previamente colonizados em duas UTI.
MétodoEstudo realizado em unidades terapias intensivas de um hospital público na zona sul de São Paulo, entre outubro de 2023 e março de 2024. Na admissão e semanalmente os pacientes internados na UTI são submetidos a coleta de culturas de vigilância epidemiológica, são pesquisados Acinetobacter spp. resistentes a carbapenêmicos, Enterococcus spp resistente à vancomicina (VRE), Pseudomonas aeruginosa, Klebsiella pneumoniae resistente aos carbapenêmicos. Os pacientes foram monitorados e para os casos com identificação de IRAS foi avaliada à correlação com a cultura de vigilância, se o paciente era previamente colonizado com o mesmo MDR.
ResultadosNo período foram notificadas 21 infecções por MDR, sendo que 12 casos foram em pacientes com colonização prévia pelo mesmo agente. Na UTI adulto foram identificados 7 IRAS em pacientes previamente colonizados com o mesmo microrganismo, sendo 3 infecções primárias de corrente sanguínea, 1 infecção do trato urinário e 3 pneumonias, sendo duas associadas a ventilação mecânica. Na UTI neuro foram identificados 5 IRAS, sendo 04 infecções primárias de corrente sanguínea e 01 infecção do trato urinário. Nas 2 UTI foram identificados o total de 12 IRAS em pacientes previamente colonizados com o mesmo microrganismo, sendo 11 associadas a dispositivos invasivos. Destacando a prevalência dos principais microrganismos isolados, 6 Acinetobacter spp., 4 Pseudomonas aeruginosa, 1 Enterococcus spp (VRE), 1 Klebsiella pneumoniae.
ConclusãoHá maior risco de aquisição de IRAS em pacientes previamente colonizados pelo mesmo microrganismo, devido a translocação de sítio por MDR, 92% das IRAS eram associadas a dispositivos invasivos. É importe que as unidades tenham um protocolo de vigilância epidemiológica efetivo, implementem e monitorem às medidas de precaução e avaliem diariamente a possibilidade de remoção dos dispositivos invasivos, como estratégia fundamental para o controle de infecções.