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Vol. 28. Issue S2.
14° Congresso Paulista de Infectologia
(October 2024)
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EP-030 - HISTOPLASMOSE CUTÂNEA EM PACIENTE IMUNODEPRIMIDO
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Matheus Oliveira Póvoa, Julia Domingues Gatti, Mariani de Lima Garcia, Lucas de Noronha Lima, Alessa de Andrade Santana, Plínio Trabasso, Elisa Donalisio Teixeira Mendes
Hospital das Clínicas, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brasil
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Vol. 28. Issue S2

14° Congresso Paulista de Infectologia

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Introdução

As espécies de Histoplasma são fungos dimórficos endêmicos em regiões de clima tropical. Na população transplantada renal a histoplasmose é incomum, porém as taxas de acometimento cutâneo em doença disseminada chegam a 47%. A apresentação é não específica, sendo necessário biópsia e cultura de tecido para demonstrar o patógeno.

Objetivo

Apresentar caso de paciente transplantado renal com histoplasmose cutânea disseminada com objetivo de destacar raridade da apresentação e dificuldade diagnóstica.

Método

Relato de caso conduzido pela equipe da Infectologia de hospital de referência terciário. Realizado revisão de prontuário e literatura.

Resultados

Homem, 69 anos, transplantado renal há 19 anos por glomerulonefrite crônica, em imunossupressão com micofenolato sódico e prednisona. Há dois meses com quadro de lesões ulceradas na mão esquerda após trauma, evoluindo para necrose dolorosa e irradiação para o restante do membro, associado a perda ponderal e febre. Durante a internação surge nova lesão semelhante em membro inferior direito. Paciente evolui para insuficiência respiratória aguda, sendo optado por iniciar anfotericina B desoxicolato empiricamente. Realizado biópsia de lesão em membro inferior com pesquisa de fungos e micobactéricas negativa; anatomopatológico demonstrando vasculite de médio calibre, tecido necrótico e presença de granuloma; coloração PAS e Grocott com numerosas estruturas fúngicas leveduriformes, em meio ao tecido necrótico e angiodestruição; cultura confirmou infecção por Histoplasma sp. Transicionado tratamento para anfotericina B lipossomal. Não houve surgimento de novas lesões após instituição de tratamento, e lesões prévias estabilizaram-se. Em andamento sequenciamento genético para definição de espécie.

Conclusão

A histoplasmose em pacientes transplantados de órgão sólido é raro. A maioria das infecções acontece no primeiro ano, devido à imunossupressão severa ou por transmissão pelo doador. Segundo a literatura, o uso de micofenolato sódico está relacionado com cerca de metade dos casos, sendo grande parte por doença disseminada. Não houve isolamento do patógeno em sítio extra-cutâneo no caso apresentado, porém considerando sintomas sistêmicos, e dificuldade diagnóstica inata ao agente, trata-se de provável histoplasmose disseminada. O prognóstico da doença após instituição do tratamento em geral é favorável, sendo um importante diagnóstico diferencial na população aqui destacada.

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