Data: 18/10/2018 ‐ Sala: TV 5 ‐ Horário: 10:37‐10:42 ‐ Forma de Apresentação: E‐pôster (pôster eletrônico)
Introdução: Na decisão terapêutica são considerados inúmeros fatores: susceptibilidade a antimicrobianos, características farmacocinéticas, toxicidade, conveniência da administração, custo e eficácia potencial do agente para infecções concomitantes. Esses fatores junto às altas incidências de reações adversas aos antimicrobianos atuais demandam a busca de fontes opcionais, como algumas espécies de plantas, cujos metabólitos secundários são considerados potenciais antimicrobianos.
Objetivo: Avaliar a eficácia do colírio produzido da planta Tabernaemontana sananho em relação às bactérias Staphylococcus epidermidis e Propionibacterium acnes, para, desse modo, garantir a efetividade do colírio indígena sobre a cura e a prevenção de algumas doenças oculares.
Metodologia: Foi avaliado o colírio (sananga), o qual é produzido e usado pelas tribos indígenas da região do Alto Juruá no rio Envira (Amazonas). Foram usadas as cepas‐padrão de Staphylococcus epidermidis ATCC 12228 e Propionibacterium acnes ATCC 6019, reativadas em ágar sangue, e incubadas a 37oC por 24 horas. Foi determinada a Concentração Inibitória Mínima (CIM) pelo método de diluição em caldo, de acordo com a metodologia preconizada pelo Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI). Diluições seriadas da sananga foram preparadas em placas de microdiluição de 96 poços, nas quais foram distribuídas suspensões bacterianas com 106UFC. A CIM foi considerada como a menor concentração de sananga capaz de inibir o desenvolvimento microbiano. Em seguida, alíquotas de 0,1mL foram inoculadas em duplicata, em placas que continham meio ágar triptecaseína soja para determinação da concentração bactericida mínima (CBM). Após período de incubação de 24 horas a 37°C, foi avaliada ausência ou presença de crescimento microbiano. Para determinação da CBM, foram consideradas as placas que apresentaram ausência de crescimento, assim a CBM foi definida como a menor concentração de sananga que apresentou 0,01% de bactérias viáveis. Todos os experimentos foram feitos em triplicata.
Resultado: Verificou‐se que a CIM para S. epidermidis foi de 25% e a CBM de 50% de sananga. Não foi observada atividade antibacteriana frente a P. acnes.
Discussão/conclusão: A sananga é um colírio amplamente usado pelos indígenas para tratamento de diferentes doenças, porem sem comprovação científica. Pelos resultados obtidos é possível afirmar que existe necessidade de pesquisas científicas que comprovem a sua eficácia