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Vol. 26. Issue S2.
(September 2022)
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Vol. 26. Issue S2.
(September 2022)
OR-05
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DISTÚRBIOS NEUROCOGNITIVOS EM MULHERES BRASILEIRAS INFECTADAS COM HIV-1
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Carolina Fernandes Gualqui, George Gonçalves Souza, Najara Ataide, Gabriela Silva Prates, Sandy Vieira Teixeira, Mariana Amélia Monteiro, Maria Rita Polo Gascon, Ana Paula Veiga, Jorge Simão R. Casseb, Alberto J.S. Duarte
Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo (HCFMUSP), São Paulo, SP, Brasil
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Introdução

Atualmente metade da população mundial vivendo com HIV-1 é composta por mulheres. Estima-se que 15% a 50% das pessoas HIV positivas tenham algum nível de transtorno cognitivo associado ao HIV (HAND) e as mulheres parecem ser mais afetadas.

Objetivo

Avaliar a frequência de depressão, ansiedade, estresse e alterações cognitivas em mulheres vivendo com HIV.

Método

Um estudo transversal descritivo foi realizado entre abril de 2020 e abril de 2021 entre PLHIV (pessoas vivendo com HIV) do Ambulatório de Imunodeficiências Adquiridas (ADEE 3002) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo HC - FMUSP. A amostra foi composta por 44 mulheres adultas infectadas pelo HIV, o que corresponde a 43,4% do total de pacientes em acompanhamento ativo. Um questionário estruturado foi utilizado para coletar dados clínicos e sociodemográficos, além de escalas de humor e uma bateria neuropsicológica abrangente. Para classificar a HAND, foram utilizados os critérios de Frascati, que são comprometimento neurocognitivo assintomático (ANI), comprometimento neurocognitivo leve/moderado (MND) e demência associada ao HIV (HAD). A correlação de Spearman foi utilizada para verificar os fatores que influenciaram os resultados e a ANOVA para comparar cada grupo com a classificação HAND.

Resultados

De um total de 44 mulheres, 26 (56,5%) delas não apresentaram alterações cognitivas, 39,1% (n = 18) apresentaram HAND, sendo 21,7% (n=10) a forma ANI, 15,2% (n = 7) a forma MND e 2,2% (n = 1) a forma HAD. A presença de sintomas ansiosos foi observada em 39,5% (n = 17) deles, 30,2% (n = 13) relataram sintomas depressivos, 16,3% (n = 7) apresentaram a forma moderada de estresse e 16,3% (n = 7) a forma grave. A idade média dos participantes foi de 48 anos (DP = 8,9), a média de escolaridade foi de 11 anos (DP = 3,0). O diagnóstico de HIV ocorreu há mais de 10 anos para 81,4% (n = 35) da amostra e 90,7% (n = 39) apresentavam carga viral indetectável. Houve significância estatística entre os grupos HAND na maioria dos instrumentos neuropsicológicos utilizados, com comprometimento acentuado principalmente no domínio da memória (p < 0,001), sugerindo uma vulnerabilidade da coorte nessa função cognitiva específica.

Conclusão

A alta prevalência de HAND foi independente do status imunológico, controle virológico e fatores emocionais, indicando a necessidade de mais estudos com fatores específicos do sexo feminino.

Ag. Financiadora: FAPESP.

Nr. Processo: 2018/07239-2.

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The Brazilian Journal of Infectious Diseases
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