A candidíase bucal hiperplásica é uma forma clínica da infecção por Candida sp., geralmente associada a quadros de imunossupressão. Clinicamente, manifesta-se como placas leucoeritroplásicas não raspáveis que podem ser confundidas com outras lesões bucais.

O presente caso clínico, trata-se de um paciente do sexo masculino, 58 anos, encaminhado ao Centro Goiano de Doenças da Boca (CGDB-FO-UFG) com queixa principal de “negócio na língua”. Na história da doença atual, o paciente relatou apresentar sintomatologia dolorosa na língua há cerca de 1 ano, estável desde o seu aparecimento. Na história médica pregressa, informou estar sob tratamento antirretroviral contra o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) há mais de 10 anos. Ao exame intrabucal, foram evidenciadas lesões múltiplas do tipo placa leucoplásicas, não raspáveis, associadas a áreas atróficas e localizadas em dorso e borda de língua e em mucosa jugal. Em dorso de língua foi evidenciada, também, área central ulcerada. Foram solicitados os resultados de exames hematológicos e sorológicos cujos resultados foram carga viral igual a 308.720 cópias/mL e linfócitos-TCD8+ e TCD4+ com uma contagem de 820/mm3 e 144/mm3, respectivamente. As hipóteses clínicas de diagnóstico foram candidíase hiperplásica e leucoplasia. Devido à sintomatologia apresentada, foi realizada prova terapêutica com nistatina, uso tópica, 100.000UI, durante 7 dias. Após o uso da medicação foi evidenciado regressão das lesões.

O diagnóstico final foi de candidíase hiperplásica crônica. Paciente foi encaminhado, também, para acompanhamento com infectologista devido ao quadro de imunossupressão.