XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
More infoO vírus Zika (ZIKV) é um arbovírus, do gênero Flavivírus, transmitido pela picada da fêmea do mosquito Aedes Aegypti, sendo o mesmo vetor responsável pela transmissão da Dengue e Chikungunya. Além disso, também é possível a transmissão vertical e sexual. No ano de 2015, na Bahia, foram descobertos os primeiros casos da doença no Brasil, ativando um estado de alarme, devido à sua alta virulência, que possibilitou uma maior disseminação da doença. De modo geral, a doença é autolimitada, entretanto, quando contraída na gestação, pode acarretar prejuízos ao feto, como anomalias congênitas, a exemplo da microcefalia. Dessa forma, esse estudo tem o propósito de determinar e comparar as taxas de notificação do Zika Vírus, no período de 2016 a 2021, no Nordeste do Brasil.
MétodosEstudo ecológico quantitativo de série temporal, com dados referentes ao Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde, especificamente do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN) - Zika Vírus. Foram determinadas as opções de busca: ano de diagnóstico, região Nordeste e Unidade de Federação (UF) da Notificação. As taxas foram calculadas com base no Estudo de Estimativas Populacionais.
ResultadosNo decorrer do período analisado (2016-2021), foram notificados 144.394 casos de Zika Vírus na Região Nordeste, correspondendo a 35% dos casos totais do Brasil. Foi observado uma variação das taxas anuais, obtendo valor máximo de 162,34/100.000 habitantes em 2016, e valor mínimo de 9,9/100.000 habitantes, em 2018. Dos estados da região Nordeste, a Bahia revelou maior taxa de prevalência, representando mais da metade dos casos totais (51%). O Ceará ocupou o segundo lugar, correspondendo a 11% do total. Já o Piauí, teve a menor taxa de todas UF, contabilizando 1% das notificações totais.
ConclusãoNos anos averiguados, observou-se um pico no ano de 2016, acompanhado de uma queda dos números até 2018. Em seguida, foi constatado um aumento das taxas de notificação. Revisões de literatura evidenciaram que o pico epidêmico ocorreu entre 2015 a 2016, sendo compatível com o presente estudo. A visualização desses números, permite o planejamento de controle da doença e redução da morbimortalidade. Dentre as medidas adotadas, destaca-se ações voltadas ao controle do mosquito, eliminando os criadouros do vetor e definir áreas de vulnerabilidade de transmissão, priorizando locais onde há concentração de pessoas.