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Vol. 27. Issue S1.
XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
(October 2023)
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XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
(October 2023)
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DESCRIÇÃO DOS CASOS DE ENDOCARDITE INFECCIOSA EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ENTRE 1978-2021
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Claudio Querido Fortesa,b,
Corresponding author
querido.fortes@gmail.com

Corresponding author.
, Isabela de Carvalho Leitãoa, Natália Rodrigues Querido Fortesa,c, João Roquete Fleury da Rochaa, Roberto Muniz Ferreiraa, Juliano Carvalho Gomes de Almeidaa, Luiz Felipe de Abreu Guimarãesa, Plínio Resende do Carmo Juniora, Ronir Raggio Luiza, Mauro Paes Lemea
a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
b Universidade Estácio de Sá, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
c Universidade Federal Fluminense (UFF), Niterói, RJ, Brasil
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Vol. 27. Issue S1

XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia

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Introdução

A endocardite infecciosa (EI) continua sendo uma infecção devastadora a despeito de todo progresso em seu diagnóstico e tratamento.

Objetivo

Descrição clínica dos pacientes com EI internados em um hospital universitário (HU).

Métodos

Estudo retrospectivo de uma série prospectiva de 639 pacientes, admitidos em um HU entre os anos de 1978 e 2021, diagnosticados com EI, classificados como casos definitivos ou possíveis de acordo com os critérios de Duke modificados.

Resultados

Foram diagnosticados 708 episódios de EI dentre os 639 pacientes. Desses, 500 foram classificados como definitivos e 208 como possíveis. A idade dos indivíduos variou entre 18 e 93 anos, com a média de 45,5 ± 17,5. Nota-se uma tendência de envelhecimento da população estudada ao longo dos anos - entre 1978 e 1999, média 41,3 ± 16,6 anos e entre 2000 e 2021 de 51,7 ± 17 (p < 0,001). Em 251 (35,5%) dos episódios os pacientes apresentavam comorbidades, sendo as mais comuns doença renal crônica em hemodiálise e diabetes mellitus em 75 (10,6%) e 67 (9,5%) indivíduos respectivamente. Na maior parte dos episódios (412 (58,2%)), os pacientes apresentavam alguma condição cardíaca predisponente ao desenvolvimento de EI. Em 154 (21,8%) desses episódios o paciente era portador de prótese valvar. A principal válvula cardíaca acometida pela EI foi a válvula mitral nativa de forma isolada, em 190 (26,8%) casos. Em seguida, a válvula aórtica nativa de forma isolada - 152 (21,5%) casos, próteses valvares - 118 (16,7%), válvula tricúspide isolada - 66 (9,3%) e o comprometimento combinado de válvula mitral e aórtica em 55 (7,8%) episódios. Dos 416 (58,8%) episódios em que as hemoculturas foram positivas, os microrganismos mais frequentemente isolados foram Staphylococcus aureus (122 (29,3%)), Streptococcus do grupo viridans (99 (23,8%)) e Enterococcus spp. (43 (10.3%)). Em 260 casos (36,7%) não houve detecção/isolamento do microorganismo causador. A maior parte dos episódios foram adquiridos na comunidade 482 (68,1%). Em 230 (32,5%) dos episódios o paciente foi submetido à troca valvar. Em 35,5% dos episódios os pacientes evoluíram para o óbito. Quando analisou-se o desfecho fatal relacionando com o período em que o paciente foi internado, observou-se um aumento significativo dos óbitos nas duas últimas décadas (p = 0,02).

Conclusão

A EI é uma infecção grave cuja mortalidade está aumentando. Tal desfecho pode estar associado ao envelhecimento dos pacientes e maior prevalência de comorbidade

Palavras-chave:
Endocardite Infecciosa Infecção cardiovascular Enterococcus spp Staphylococcus aureus Epidemiologia
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