A profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PREP) consiste no uso de antirretrovirais (ARV) para reduzir o risco de adquirir a infecção pelo HIV. Esta estratégia se mostrou eficaz em todo o mundo. No estado de São Paulo, após a introdução desta estratégia como política de saúde pública em 2017, no primeiro ano, houve redução 11,7% do número de casos novos de HIV. Em Diadema, os primeiros casos de uso de PREP ocorreram em meados de 2018, com ampliação e efetivação da oferta a partir de agosto de 2019.
ObjetivoDescrever o perfil de usuários da PREP no município de Diadema.
MétodoDados compilados do período de agosto de 2019 até abril de 2022, analisados segundo: identidade de gênero, orientação sexual, escolaridade, cor, status de seguimento e faixa etária. A obtenção, organização e tabulação dos dados foram realizadas utilizando-se o programa computacional Microsoft Excel 97.
ResultadosForam admitidos 137 no período, destes 7,3% de mulheres cis, 90,5% homens cis, 2,23% de mulheres trans e travestis. A maioria dos pacientes se encontra na faixa etária de 20 a 29 anos (49%), em segundo de 30 a 39 (30%); no que se refere a orientação sexual 6,5% declararam-se bissexual, 9,5% heterossexual e 84% homossexual. Quanto a raça/cor 43% se auto referiram brancos, 56,2% pretos/pardos e 0,7% amarelos. Com relação a escolaridade 51% possuem educação superior completa/incompleta e 41,6% ensino médio completo. Avaliando o status de seguimento no período, 14,6% abandono/faltas, 83,9% mantem seguimento regular, 0,73% optou por outro método de prevenção e 0,73% transferência para outro serviço.
ConclusãoChama atenção que diferente dos dados encontrados no estado de forma geral, em Diadema a maioria dos atendidos é preto/pardo. Evidencia-se que mantém uma estratégia procurada por pessoas de maior escolaridade, em consonância com dados de outros estudos. Embora a política nacional do uso da PREP tenha o seguimento de pessoas trans e travestis entre o público alvo, em Diadema mostra a baixa procura desta estratégia por esta população, o que evidenciou a necessidade de investimento em políticas públicas de saúde para ampliar o acesso destes, repercutindo na inauguração do ambulatório de saúde integral da população de travestis e transexuais, que entre outras demandas, visa também garantir o aumento da oferta e adesão a PREP.