Data: 18/10/2018 ‐ Sala: TV 4 ‐ Horário: 10:51‐10:56 ‐ Forma de Apresentação: E‐pôster (pôster eletrônico)
Introdução: Transmitida pelo Aedes aegypti, a dengue tem quatro sorotipos virais (DENV‐1,2,3 e 4), pode apresentar‐se de forma assintomática; leve, através de febre alta, associada a cefaleia, astenia, artralgia e eritema generalizado ou grave, com sangramentos, dor abdominal intensa e vômitos persistentes. Para o diagnóstico é indicado o uso de testes virológicos, do 1° ao 5° dia de sintomas, e sorológicos, dosados após o 6° dia.
Objetivo: Demonstrar o diagnóstico presuntivo de dengue com resultado negativo do NS1‐Ag em sua janela de maior sensibilidade, característica do sorotipo DENV‐4. Além de orientar a comunidade médica sobre a necessidade de cautela com resultados de NS1‐Ag negativos, principalmente na presença de sintomatologia característica.
Metodologia: Paciente CC, 56 anos, sexo feminino, é admitida em 26/06/2018 em hospital da cidade do interior de São Paulo, referia calafrios, vômitos e mal‐estar geral havia três dias, iniciara eritema e prurido generalizado no dia da consulta. Negava dor abdominal, sangramentos ou queixas nos demais sistemas. Ao exame físico apresentava‐se corada, hidratada, afebril, com BRNF em dois tempos, sem sopros, murmúrio vesicular fisiológico, sem ruídos adventícios, abdome inocente, eritema generalizado. A hipótese diagnóstica foi de síndrome viral a esclarecer, foram solicitados hemograma, PCR e teste NS1‐Ag, cujos resultados demonstraram leucopenia, PCR de 0,3mg/dl e NS1 negativo. Em 29/06/2018 foram feitas as sorologias para IgG e IgM, que se apresentaram reagentes e estabeleceram o diagnóstico de dengue.
Discussão/conclusão: O método virológico usado para diagnóstico objetiva a detecção do antígeno viral NS1, proteína não estrutural, mas necessária à reprodução do RNA viral, o que permite sua dosagem na corrente sanguínea durante a fase aguda da doença (1° ao 5° dias de sintomas). Seu uso tem alta especificidade, mas moderada sensibilidade, principalmente nas infecções secundárias. Estudos recentes, no entanto, alertam para sua baixa sensibilidade nos casos em que o sorotipo causal é o DENV‐4, apresenta‐se de forma negativa mesmo em infecções primárias, o que reforça a necessidade das dosagens sorológicas para confirmação diagnóstica. Mesmo que não exista tratamento específico para a dengue, o diagnóstico precoce permite o suporte sintomático para a evolução favorável do paciente, o que demonstra a importância da avaliação dos falsos‐negativos, como no caso apresentado.