Data: 18/10/2018 ‐ Sala: 4 ‐ Horário: 16:10‐16:20 ‐ Forma de Apresentação: Apresentação oral
Introdução: Grande número de transplantados renais encontra‐se exposto a regiões endêmicas e epidêmicas da dengue, porém dados sobre o comportamento dessa infecção nessa população específica ainda são escassos na literatura.
Objetivo: Identificar as características demográficas, clínicas e laboratoriais de pacientes transplantados renais infectados pelo vírus da dengue acompanhados em nosso serviço.
Metodologia: Estudo de série de casos, no qual foram incluídos todos os transplantados renais diagnosticados com dengue em nosso serviço de janeiro de 2013 a julho de 2016. Foram avaliadas características demográficas, clínicas e laboratoriais.
Resultado: Foram incluídos 16 pacientes. Houve predomínio do sexo masculino (87,5%), da cor branca (81,2%) e a média de idade foi de 42,0 anos. Metade dos doadores era falecida. O esquema de manutenção da imunossupressão com tacrolimo, micofenolato sódico e prednisona foi o mais usado (62,5%). A mediana de tempo entre o transplante renal e o início dos sintomas foi de 1.426 dias. Em 86,7% dos pacientes o antígeno NS1 mostrou‐se presente. Anticorpos IgM foram identificados em 93,3% dos pacientes. Apenas um paciente (6,3%) com suspeita de transmissão do vírus da dengue através do enxerto foi classificado como grave e necessitou de enxertectomia. Nenhum óbito foi identificado. A disfunção renal ocorreu em 66,7% dos pacientes, mostrou‐se transitória em 93,8% das vezes. De modo geral, as alterações laboratoriais foram menos frequentes do que as descritas na literatura.
Discussão/conclusão: A sintomatologia da dengue na casuística estudada mostrou‐se leve, exceto quando essa ocorreu dentro do período pós‐operatório.