Journal Information
Vol. 27. Issue S1.
XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
(October 2023)
Share
Share
Download PDF
More article options
Vol. 27. Issue S1.
XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
(October 2023)
Full text access
CRIPTOCOCOSE DISSEMINADA SECUNDÁRIA AO CRYPTOCOCCUS GATTII EM PESSOA VIVENDO COM HIV: RELATO DE CASO
Visits
649
Rafaela Fernandes Nascimentoa,
Corresponding author
rafafnascimento9@gmail.com

Corresponding author.
, Gustavo Arthur Reis Schneiderb, Raphaela Ferrarib, José Ernesto Vidal Bermúdezb
a Hospital Estadual de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT), Goiânia, GO, Brasil
b Instituto de Infectologia Emílio Ribas (IIER), São Paulo, SP, Brasil
This item has received
Article information
Special issue
This article is part of special issue:
Vol. 27. Issue S1

XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia

More info
Introdução

A criptococose causada pelo Cryptococcus neoformans é uma doença usualmente oportunista, enquanto a criptococose causada pelo Cryptococcus gattii é geralmente endêmica.

Descrição do caso

Homem, 42 anos de idade, natural e procedente de São Paulo, pessoa vivendo com HIV (PVHIV) há 18 anos e abandono de terapia antirretroviral (TARV), com reintrodução do tratamento há 1 mês. Evoluiu ao longo de 30 dias com cefaleia, confusão mental e posterior rebaixamento do nível de consciência, sendo admitido no Instituto de Infectologia Emílio Ribas para investigação. Na admissão, encontrava-se comatoso e com postura de descerebração. Apresentava carga viral de HIV-1 indetectável, com contagem de LT-CD4+ de 84 células/mL e teste de fluxo lateral para antígeno criptocócico positivo em soro. Realizou ressonância magnética de crânio, com evidência de pseudocistos mucinosos, e na punção lombar observou-se pressão de abertura elevada (52 cmH2O) e líquor com 87 células (74% de neutrófilos), proteínas de 47 mg/dL, consumo de glicose, lactato de 43 mg/mL, Tinta da China positiva com 880 leveduras/mL e cultura com crescimento de C. gattii. A concentração inibitória mínima (MIC) do fluconazol no antifungigrama foi de 16 µg/mL. Uma tomografia de tórax mostrou massa pulmonar sugestiva de criptococoma, com crescimento de C. gattii em cultura de tecido de segmentectomia do lobo pulmonar inferior esquerdo. O paciente foi diagnosticado com criptococose disseminada, com acometimento pulmonar e em sistema nervoso central. Para controle da hipertensão intracraniana foram necessárias punções lombares de alívio seriadas, e no momento deste relato, o paciente ainda se encontra na fase de indução do tratamento da criptococose disseminada, em uso de anfotericina B lipossomal em associação a 5-flucitosina.

Comentários

Apesar de incomum, o C. gattii pode causar doença disseminada em PVHIV, sendo o acometimento pulmonar mais frequente. Embora o manejo terapêutico seja semelhante ao da criptococose pelo C. neoformans, a existência de MIC de fluconazol mais elevado nesses casos pode ser um desafio na escolha adequada de antifúngico para a fase de consolidação do tratamento. Nos casos de acometimento parenquimatoso encefálico, a terapia antifúngica deve ser estendida, usualmente por pelo menos 6 semanas, com troca para a fase de consolidação com azólicos a depender da evolução clínica, liquórica e radiológica.

Palavras-chave:
HIV criptococose disseminada Cryptococcus gattii
Full text is only aviable in PDF
Download PDF
The Brazilian Journal of Infectious Diseases
Article options
Tools