Avariante omicron da Síndrome Respiratória Aguda Severa por Coronavírus 2 (SARS-CoV-2), foi identificado pela primeira vez em novembro de 2021, África do Sul. A Organização Mundial da Saúde designou a omicron como uma variante de preocupação devido sua alta transmissibilidade prevista e seu potencial de evadir da imunidade mediada por anticorpos neutralizantes. Neste contexto, observa-se uma dramática dissociação de internações e óbitos por infecções durante a quarta onda de covid-19, em comparação com as proporções observadas durante as três ondas anteriores. Vacinação se apresenta como fator de proteção para formas graves da covid-19.
ObjetivoAnalisar o perfil clínico e epidemiológico, assim como status vacinal, dos pacientes internados com covid-19 em um hospital público do município de Araras, de dezembro de 2021 a fevereiro de 2022.
MétodoObtenção de dados por meio dos prontuários médicos de pacientes internados com diagnóstico de covid-19, de dezembro a fevereiro de 2022. Posteriormente, os dados foram submetidos à análise estatística.
ResultadosForam computadas 104 internações devido à covid-19, maior no gênero masculino (53%), média de idade: 65 anos e letalidade em 29%. Os pacientes apresentaram uma média de internação hospitalar de 6 dias, com saturação de oxigênio de 89% na primeira avaliação clínica. Com relação ao perfil dos pacientes, 57,7% eram hipertensos, 33,6% diabéticos e 21% com história prévia de tabagismo ou tabagismo ativo. Realizada internação de 9 gestantes sintomáticas neste período. Com relação ao status vacinal, 83,6% dos pacientes apresentavam esquema completo, com pelo menos 2 doses das vacinas Coronavac, Pfizer, AstraZeneca ou 1 dose da vacina Janssen. Dentre os pacientes que evoluíram a óbito, a média de internação foi de 10 dias, todos apresentavam comorbidades, sendo as mais prevalentes: hipertensão arterial sistêmica (76,6%) e diabetes mellitus (33,3%). Apenas 16,7% destes pacientes receberam diagnostico de PAV, com predomínio do microrganismo Acinetobacter baumannii em aspirado traqueal. Com relação ao status vacinal, 86,6% tinham pelo menos 2 doses da vacina, sem documentação de reforço.
ConclusãoDeterminar quem são os pacientes que internam em decorrência da covid-19 auxilia na implementação de medidas preventivas e otimiza o atendimento de pessoas mais vulneráveis e com risco de pior desfecho clínico por esta morbidade. O controle de comorbidades e a vacinação contra SARS-Cov-2 são fatores importantes nos desfechos clínicos dos pacientes com covid-19.