A meningite é um processo inflamatório que envolve as meninges. A forma asséptica é a mais comumente encontrada. Dos casos assépticos, a maioria é de etiologia viral. O objetivo deste trabalho foi comparar as investigações de meningite em pacientes que vivem com Hiv/Aids internados no hospital nos anos de 2019 e 2020 com a literatura disponível.É um estudo descritivo, analítico, quantitativo e de dados retrospectivos por meio da análise de notificações de meningite feitas pelo Núcleo de Vigilância Epidemiológica Hospitalar da instituição. Para isso, foi confeccionada uma planilha a fim de armazenar e categorizar as variáveis das notificações para posterior elaboração estatística. Os aspectos éticos foram devidamente seguidos. Em 2019, 21 pacientes com diagnóstico prévio de Hiv foram internados na instituição e investigados para meningite. Destes, 18 apresentaram líquor alterado: 7 casos de meningite asséptica de etiologia provavelmente viral, 3 casos de neurossífilis, 3 por lesões no sistema nervoso central como neurotoxoplasmose, 3 de etiologia fúngica (66,66% Cryptococcus neoformans e 33,33% Histoplasma) e 2 casos de meningite não especificada. Do total de pacientes infectados, 6 evoluíram para óbito. Já em 2020, 11 foi o número de pacientes com Hiv investigados para meningite. Encontra-se alterações em amostra de líquor de 10 pacientes: 5 casos de meningite asséptica, sendo 4 de etiologia provavelmente viral e 1 com codetecção de Enterovírus e Citomegalovírus, 1 caso de meningite bacteriana (Kocuria rhizophila), 1 caso de neurossífilis, 1 de meningite fúngica (Cryptococcus neoformans) e 2 casos de meningite não especificada. Em relação ao desfecho, 4 pacientes evoluíram para óbito. Assim como encontrado na literatura, os pacientes que vivem com Hiv apresentaram uma alta prevalência de meningite asséptica. Entretanto, a subutilização do painel PCR meningite bacteriana e painéis meningite/encefalite para investigação de agentes virais impede que as etiologias infecciosas sejam descobertas na grande maioria dos casos. Isso sugere que os estudos epidemiológicos são provavelmente confundidos devido a subutilização dessa ferramenta diagnóstica. Conclui-se que meningite asséptica representa um desafio diagnóstico, pois a maioria dos pacientes tem etiologias desconhecidas. Os estudos disponíveis estão sendo subutilizados e a maioria é hospitalizada e tratada empiricamente com antibioticoterapia intravenosa.
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Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
EP 096
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CASOS INVESTIGADOS PARA MENINGITE EM PACIENTES VIVENDO COM HIV/AIDS NOS ANOS DE 2019 E 2020 EM HOSPITAL PÚBLICO DO OESTE DO PARANÁ
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