A Dengue é uma doença infecciosa de etiologia viral, transmitida através da picada do Aedes aegypti. Existem quatro sorotipos (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4) que podem causar desde dengue assintomática à doença febril e severa. A infecção fornece imunidade contra o sorotipo adquirido, entretanto, é apenas parcial e temporária contra os demais sorotipos. Infecções subsequentes aumentam o risco do desenvolvimento de dengue grave.
ObjetivoEste trabalho tem como objetivo realizar uma análise epidemiológica dos casos de Dengue no Brasil, notificados entre os anos de 2014 a 2021.
MétodoOs dados referentes às notificações de Dengue foram coletados do DATASUS (Tecnologia da Informação a Serviço do SUS) utilizando os parâmetros UF de notificação, ano, sexo, raça, escolaridade, faixa etária, número de gestantes infectadas, evolução dos casos e sorotipo.
ResultadosEntre 2014 e 2021 foram notificados 7.374.997 casos de dengue no Brasil, destes, a região sudeste representou 52,4%. 2017 foi o ano de menor número de notificações, (3,3%) e, o ano de 2015 foi o de maior (23%). Foi possível observar uma queda progressiva entre 2015 (1.697.801 casos) e 2018 (266.386 casos), sendo que, em 2019 ocorreu um aumento de 484,3% (1.290.202 casos a mais). No período de 2020 a 2021 a única região que apresentou aumento do número de casos foi a Norte com 87,4%. Em relação à faixa etária, o número maior de casos foi observado entre indivíduos de 20-59 anos (38%). A maior prevalência da doença foi observada nas mulheres (55,3%) e, a doença acometeu mais indivíduos identificados como pardos 47%, com Ensino Médio Completo 26,9%. O número total de gestantes infectadas foi 59.767 (0,8% de todos os casos e 1,5% das mulheres infectadas). O sorotipo prevalente no período foi o DENV-1 (20.645 casos). No entanto, esse valor representa apenas 0,5% do total de casos no Brasil, uma vez que 95,5% das notificações não apresentavam sorotipo.
ConclusãoOs resultados apresentados demonstram que, no Brasil, entre 2017 e 2021, a dengue foi mais prevalente nas mulheres, na população parda, com ensino médio completo, residentes da região sudeste. No período, foi verificada uma tendência de redução no número de casos, com um aumento significativo em 2019. O aumento de casos notificados, entre 2020 e 2021, é referente à região Nordeste.