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Vol. 26. Issue S2.
(September 2022)
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Vol. 26. Issue S2.
(September 2022)
EP-081
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CARACTERÍSTICAS E FATORES ASSOCIADOS À LINHA DE CUIDADO DAS CRIANÇAS VIVENDO COM HIV NO BRASIL
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Alexandre A.C.M. Ferreira, Andréa M.B. Beber, Lino N. Silveira, Aranaí S.D. Guarabyra, Ana Roberta P. Pascom, Rosana E.G.G. Pinho, Nazle M.C. Veras, Gerson F.M. Pereira, Angelica E.B. Miranda, Vivian I. Avelino-Silva
Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo (FMUSP), São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 26. Issue S2
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Introdução

Intervenções oportunas no cuidado da criança vivendo com HIV (CVHIV), incluindo o diagnóstico precoce e início da terapia antirretroviral (TARV), podem resultar em redução de complicações relacionadas à imunodeficiência e melhor crescimento e desenvolvimento das CVHIV.

Objetivo

Descrever as características da linha do cuidado das CVHIV no Brasil e analisar fatores demográficos e clínicos associados aos indicadores.

Método

Foram utilizados dados dos sistemas de informação do Ministério da Saúde do Brasil. Foram incluídas CVHIV com idade < 18 meses e com genotipagens válidas coletadas entre 2009 e 2020. As características da linha do cuidado das CVHIV no Brasil foram classificadas segundo o tempo para: início da investigação diagnóstica; início da TARV, e supressão viral. O início da investigação diagnóstica foi definido pela data da primeira carga viral do HIV. O início do tratamento foi definido pela data da primeira retirada de TARV. A supressão viral foi definida pela data da primeira carga viral <50 cópias/mL. Utitlizou-se modelos de regressão de Poisson modificados com ajustes múltiplos para analisar associações entre: índice de vulnerabilidade social, raça, sexo, esquema terapêutico e presença de resistência à nevirapina (NVP) ou ao efavirenz (EFV), e os desfechos: início da investigação diagnóstica com ≥6 meses; início da TARV com ≥12 meses; tempo para indetectabilidade ≥12 meses após início da TARV.

Resultados

Incluímos 1191 CVHIV, com idade mediana de 5 meses (IIQ: 3-9), dos quais 57,5% eram do sexo feminino, 52,4% pretos/pardos/indígenas e 19,1% apresentaram resistência a NVP ou EFV. Apenas 51,7% (n = 479) coletaram a primeira carga viral antes dos 3 meses de idade, e a mediana de tempo para atingir supressão viral foi de 22 meses. A mediana da idade de início da TARV foi de 6 meses (IIQ: 4-11), o tempo de tratamento para chegar a supressão viral foi de 13 meses (IIQ: 7-22) e a idade na indetecção foi de 22 meses (IIQ: 15-32). CVHIV que residiam em municípios de IVS muito alto apresentaram maior risco de início da investigação diagnóstica após o sexto mês de vida (aRR 3,4; IC 95%1,6-7,4).

Conclusão

O estudo revela importantes inconformidades nos indicadores da linha de cuidado. Atrasos no início da investigação e no início da TARV refletem-se no maior tempo para alcançar carga viral indetectável entre CVHIV. Dentre os preditores avaliados, apenas a pior vulnerabilidade social apresentou associação estatisticamente significante com o início tardio da investigação diagnóstica.

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The Brazilian Journal of Infectious Diseases
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