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Vol. 26. Issue S2.
(September 2022)
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Vol. 26. Issue S2.
(September 2022)
EP-080
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ANÁLISE DAS DESIGUALDADES NA CASCATA DO CUIDADO A PESSOAS VIVENDO COM HIV NO BRASIL CONFORME FAIXA ETÁRIA
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Alexandre A.C.M. Ferreira, Rosana E.G.G. Pinho, Lais M. Aquino, Filipe B. Perini, Fernanda F. Fonseca, Alexsana S. Tressi, Gerson F.M. Pereira, Vivian I. Avelino-Silva, Ana Roberta P. Pascom
Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo (FMUSP), São Paulo, SP, Brasil
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Introdução

O seguimento de crianças vivendo com HIV é desafiador. Os indicadores de tratamento estão, frequentemente, mais distantes das metas 90-90-90 estabelecidas pelo UNAIDS do que aqueles descritos para a população adulta.

Objetivo

O estudo descreve a cascata do cuidado de pessoas vivendo com HIV (PVHIV) em 2019 no Brasil, e a evolução histórica dos indicadores entre 2009-2019 por faixa etária. Também avaliamos o efeito independente da faixa etária sobre indicadores do cuidado a PVHIV.

Método

Os dados foram obtidos nos sistemas de informação relacionados ao HIV do Ministério da Saúde do Brasil. Os indicadores analisados na cascata foram: retenção no cuidado; uso de terapia antirretroviral (TARV); e supressão viral. O efeito da faixa etária foi avaliada em análises univariadas para os desfechos: início oportuno da TARV (com linfócitos T CD4+ ≥350 células/mm3 ou primeira dispensa de TARV em até 30 dias após a primeira coleta de CD4+) e detecção viral. Utilizou-se, também, modelo com ajustes múltiplos incluindo raça/cor, sexo e índice de vulnerabilidade social (IVS). Foi realizada análise temporal dos indicadores início oportuno de TARV e supressão viral conforme faixa etária.

Resultados

Foram incluídas 771.774 PVHIV no estudo. PVHIV mais jovens apresentaram os piores resultados em todos os indicadores da cascata. Grupos etários mais jovens (X a Y anos), aqueles residentes em municípios com maior IVS, negros e indígenas apresentaram menor chance de início precoce do tratamento; esses grupos apresentaram também maior chance de não alcançar supressão viral após seis meses de TARV. Embora as crianças vivendo com HIV apresentem contagem de linfócitos T CD4+ mais altas ao diagnóstico, esse subgrupo populacional apresentou menor chance de início de tratamento nos primeiros 30 dias do diagnóstico. A análise temporal revelou que mesmo com os avanços nos cuidados das PVHIV, as crianças foram pouco beneficiadas em comparação aos adultos; nos 10 anos analisados, a supressão viral de PVHIV com mais de 50 anos aumentou de 81% para 91%; já naquelas com idade entre 2-4 anos, essa porcentagem elevou-se de 50% para 55%.

Conclusão

O estudo mostra que crianças e adolescentes vivendo com HIV enfrentam barreiras para alcançar as metas de cuidado propostas pela UNAIDS. A ampliação do acesso a novos medicamentos e a adoção de práticas padronizadas de cuidado são estratégias potenciais para modificar esse cenário.

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