XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
More infoAs doenças respiratórias prevalentes na infância são o resfriado, bronquite, asma e pneumonias, sendo as infecções virais as principais causas. Crianças com comorbidades associadas ao pulmão, como a fibrose cística e asma são mais susceptíveis a infecções respiratórias, podendo aumentar o risco de exacerbações.
ObjetivoInvestigar a detecção de SAR-CoV-2 e outros vírus respiratórios em crianças com e sem comorbidade atendidas nos ambulatórios da Pediatria do Hospital São Paulo.
MétodosEstudo observacional prospectivo, com 183 crianças ambulatoriais pnemumopatas (0 a 12 anos), entre Janeiro/2021 a Junho/2023. Divididas em dois grupos, assintomáticos e sintomáticos. As principais pneumopatias são a fibrose cística e a asma. Grupo controle com 34 crianças (0 a 12 anos) sintomáticas sem comorbidade adicionadas em março/2022 a junho/2023 do ambulatório de pediatria. Todas foram testadas para SARS-CoV-2, e as crianças sintomáticas foram testadas para outros vírus respiratórios (vírus sincicial respiratório, influenza A e B, rinovírus, metapneumovírus e adenovírus), por RT-PCR.
ResultadosForam inclusas 183 pneumopatas, com mediana de 5 anos, desvio padrão +/-3.45 e 59% do sexo masculino, apenas (2.2%)3/138 tinham completado o ciclo de imunização da COVID-19. O grupo assintomático: 115 crianças, mediana de 7 anos, desvio padrão +/-3.40. Os sintomáticos: 68 crianças, com mediana de 4 anos, desvio padrão +/-3.35. O maior pico de inclusão foi em fevereiro/2021 e em março/2022 e fevereiro/2023. A detecção da COVID-19 ocorreu em uma criança (1.8%), sexo masculino, com dois anos e com fibrose cística. A ocorrência dos outros vírus foi 12%(8/68), sendo o rinovírus o principal detectado, seguidos da influenza B e vírus sincicial respiratório. No grupo controle o maior pico de inclusão foi em novembro/2022, e (53%)20/38 crianças eram vacinadas contra a COVID-19. O SARS-CoV-2 foi detectado em 5.88%(2/38), sendo essas vacinadas. A frequência dos outros vírus respiratórios foi 7.89%(3/38), sendo vírus sincicial respiratório, rinovírus e metapneumovírus.
ConclusãoAs crianças com comorbidades, apresentaram pouca diferença na detecção da COVID-19 em relação ao grupo controle, mas a detecção dos outros patógenos, foi 62.5%, maior do que no grupo controle. É imprescindível a implementação de medidas de prevenção e controle da transmissão viral, para essa população, possibilitando, uma intervenção rápida e aumentado um desfecho favorável para os pacientes.