XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
More infoA higienização das mãos é uma das medidas mais eficazes para prevenir a disseminação de doenças infecciosas. A rotina correta, seja com água e sabão ou álcool em gel, ajuda a eliminar a microbiota transitória presente na pele e, assim, evitar a contaminação nos serviços de saúde. Logo, é de suma importância que os médicos em formação saibam higienizar as mãos de maneira correta. Nosso objetivo é avaliar o conhecimento de estudantes recém-ingressos na Faculdade de Medicina da Bahia em 2023.1 acerca do tema através de uma estação prática.
MétodosForam utilizadas uma solução de tinta fluorescente diluída em creme hidratante e uma caixa de luz negra. Foram selecionados apenas acadêmicos do primeiro semestre de 2023. Cada participante (n = 28) foi orientado a esfregar a solução nas mãos de modo a simular um ato de higienização com álcool em gel ou sabonete, de maneira análoga ao que cada um julgava ser a prática correta. Em seguida, as mãos foram expostas à caixa de luz negra, cujas propriedades físico-químicas faziam a solução fluorescente brilhar nos locais que o creme conseguiu atingir – correspondendo a uma limpeza eficaz. Os 5 parâmetros anatômicos adotados para a avaliação da degermação adequada seguiram as diretrizes estipuladas pela Organização Mundial de Saúde (OMS): palma das mãos; dorso das mãos; espaços interdigitais; extremidades dos dedos e primeiro quirodáctilo.
ResultadosEm uma análise de desempenho individual frente aos critérios avaliados, 21% dos participantes obtiveram pontuação máxima (5/5 critérios); 36% obtiveram 4/5; 36% obtiveram 3/5; 3,5% obtiveram 2/5 e 3,5% obtiveram 1/5. Considerando a quantidade total de acertos frente a cada parâmetro avaliado, atingimos: palma das mãos (93%); dorso das mãos (86%); espaços interdigitais (54%); extremidades dos dedos (57%) e primeiro quirodáctilo (79%).
ConclusãoAs variáveis “espaços interdigitais” e “extremidades dos dedos” foram as mais negligenciadas pelos participantes, refletindo importante carência de conhecimento nesses quesitos. Ademais, apenas um percentual diminuto da amostra (21%) atingiu a marca que nossa equipe julgou como adequada para uma limpeza plena. Assim, visto que a mão é uma das maiores fontes de contaminação no contexto de cuidados em saúde, urge uma abordagem mais aprofundada em higiene das mãos durante a formação acadêmica, de modo a aprimorar a técnica e prevenir a disseminação de doenças infecciosas, especialmente em ambiente hospitalar.
Palavras-chavehigienização de mãos educação médica educação em infectologia liga acadêmica controle de infecções