Ag. Financiadora: CNPq, Fapesp
N°. Processo: ‐
Data: 18/10/2018 ‐ Sala: TV 6 ‐ Horário: 14:05‐14:10 ‐ Forma de Apresentação: E‐pôster (pôster eletrônico)
Introdução: Em 2016 o Brasil foi responsável por mais de 30% dos casos de malária do mundo, a maior parte restrita à região amazônica. Apesar da incidência global dessa protozoonose ter diminuído, as atividades para o seu controle ainda são insuficientes. Assim como há deficiência de estudos na literatura sobre a avaliação do tempo entre os eventos dessa enfermidade.
Objetivo: Avaliar o tempo até a primo‐infecção, o tempo entre múltiplos eventos e os fatores de risco associados.
Metodologia: O seguimento foi feito ao longo de 70 meses (2001 a 2006) numa coorte de 531 indivíduos, localizados em um assentamento agrícola no Estado do Acre. Os casos diagnosticados foram submetidos à análise de sobrevivência. Para a avaliação da proporcionalidade dos riscos das covariáveis usou‐se o estimador de Kaplan‐Meier (K‐M). As curvas de sobrevida foram comparadas pelo teste de log‐rank e pelo de Peto. Por fim, a regressão de Cox estimou o risco das covariáveis causarem a infecção em determinados intervalos. Quatro modelos foram construídos: dois para o tempo até o primeiro evento e dois para múltiplas infecções, tanto para Plasmodium vivax quanto P. falciparum. As idiossincrasias dos infectados foram minimizadas pelo modelo de fragilidade.
Resultado: Os indivíduos acompanhados tenderam a experimentar o primeiro evento de P. vivax mais precocemente do que para o primeiro evento de falciparum (70% sobreviveram por 1.100 dias para P. vivax e 85% sobreviveram até 1.000 dias para P. falciparum). Eventos múltiplos de P. vivax não aconteceram em cerca de 1.300 dias para 50% dos indivíduos, enquanto que para P. falciparum 80% sobreviveram no mesmo intervalo. Indivíduos do sexo masculino apresentaram menor sobrevida, durante o período estudado, assim como aqueles pertencentes aos níveis socioeconômicos mais baixos para ambas as espécies de plasmódio.
Discussão/conclusão: O comportamento dos gráficos de K‐M para os múltiplos eventos de P. vivax ou de P. falciparum assemelha‐se ao da primo‐infecção. O baixo nível socioeconômico foi um fator de risco que permaneceu estatisticamente significante em ambas as infecções (p<0,001), diferiu de outros estudos: um feito no Estado de Mato Grosso (1997) e outro nas Filipinas (1997). Pôde‐se concluir que a sobrevida para os eventos de P. vivax foi menor do que para P. falciparum, tanto para o primeiro quanto para múltiplos eventos. Entretanto, os riscos foram semelhantes para a aquisição de ambas as espécies.