Staphylococcus aureus é um patógeno comumente relacionado às infecções hospitalares e comunitárias. Entre as cepas de S. aureus, aqueles que apresentam o gene mecA são resistentes à meticilina (Methicillin resistant Staphylococcus aureus - MRSA) e estão frequentemente associados aos processos infecciosos, assim como S. aureus resistente à meticilina, porém sensíveis in vitro à oxacilina (Oxacilin sensible – Methicilin Resistant Staphylococcus aureus – OS-MRSA). O gene mecA se encontra inserido no cassete cromossômico móvel SCCmec (Staphylococcal Cassette Chromossome mec).

Determinar a prevalência de MRSA e OS-MRSA, classificar o tipo de SCCmec e verificar a multirresistência em S. aureus isolados de hemoculturas no período de 2014 a 2018.

Foram obtidas 95 amostras de S. aureus, isoladas em Ágar Sangue e identificadas por testes fenotípicos e genotípicos para confirmação da espécie. Posteriormente foram submetidas ao teste de sensibilidade às drogas pelo método de disco difusão em Ágar Mueller-Hinton com os discos de oxacilina - OXA (1 µg), cefoxitina - CFO (30 µg), gentamicina – GEN (10 µg), eritromicina – ERI (15 µg), ciprofloxacina – CIP (5 µg), sulfametoxazol/trimetoprim – SUT (25 µg), linezolida – LIN (30 µg), quinupristina/dalfopristina – QD (15 µg) e ceftarolina – CPT (30 µg). A detecção do gene mecA foi realizada através da técnica de Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) e a tipagem de SCCmec foi realizada através da técnica de PCR multiplex.

Das 95 amostras analisadas, 37 (38,9%) se apresentaram como MRSA. Entre elas, quanto à tipagem de SCCmec, 23 (62,2%) isolados apresentaram o SCCmec tipo II, 13 (35,1%) isolados apresentaram o SCCmec tipo IV e um (2,7%) isolado apresentou o SCCmec tipo III. Quanto ao teste de disco difusão, 25 (26,3%) isolados MRSA se apresentaram multirresistentes, enquanto apenas três (3,1%) isolados MSSA apresentaram a mesma característica. Em relação à presença de OS-MRSA, oito (21,6%) isolados apresentaram essa característica.

Estes achados acionam um alerta na comunidade médica, pois a presença de cepas MRSA multirresistentes, OS-MRSA e CA-MRSA no ambiente hospitalar pode levar a uma maior distribuição dessas cepas, e com isso, dificultar o tratamento de pacientes infectados com esses micro-organismos.

FAPESP.

2020/04599-8.