Em março de 2020, foi declarado pela Organização Mundial de Saúde, o início da pandemia de SARS- CoV-2, chamando a atenção da saúde pública mundial. O primeiro caso de COVID-19 no Brasil foi confirmado em 26 fevereiro de 2020 e teve sua primeira confirmação na região paraense em 18 de março de 2020. Ainda não há uma descrição precisa sobre a prevalência dessa infecção em populações ribeirinhas no estado do Pará.
ObjetivoAvaliar a prevalência do SARS-CoV-2 em uma população ribeirinha residente no município de Maracanã no estado do Pará. Métodos: Em maio de 2021, foram entrevistados 117 indivíduos ribeirinhos residentes do município de Maracanã, por meio de um questionário epidemiológico contendo perguntas socioeconômicas e sobre sintomatologias relacionadas ao novo coronavírus. Após o preenchimento do questionário foram coletadas amostras de sangue total (5 mL) para realização do ensaio imunoenzimático do tipo ELISA para pesquisa de anticorpos IgG anti- SARS-CoV-2.
ResultadosDentre os 117 entrevistados observou-se uma média de idade de 37 anos, sendo a maioria do sexo feminino (59,0%), de cor parda (68,3%), com ensino fundamental incompleto (58,1%), solteiros (51,2%), com renda familiar inferior a um salário mínimo (67,5%). Em relação a detecção de anticorpos IgG anti- SARS-CoV-2, 42,3% dos indivíduos foram considerados reagentes. Dentre estes 46% relataram ter sentido febre em algum momento durante a pandemia, 50% dor de cabeça, 36% dor de garganta, 26% dor abdominal, 18% náusea, 56% perda do olfato, 56% perda do paladar, 16% falta de ar, 36% coriza, 34% tosse, 44% dor no corpo, 24% diarreia e 16% tiveram vômito.
ConclusãoOs resultados obtidos demonstraram uma alta prevalência de SARS-CoV-2 no município de maracanã, apresentando como sintomas mais frequentes febre, dor de cabeça, perda de olfato e paladar, que podem estar diretamente relacionados a infecção pelo vírus.