Journal Information
Vol. 28. Issue S1.
IV Congresso Goiano de Infectologia
(July 2024)
Share
Share
Download PDF
More article options
Vol. 28. Issue S1.
IV Congresso Goiano de Infectologia
(July 2024)
Full text access
AUMENTO DE INFECÇÕES HOSPITALARES E MULTIRRESISTÊNCIA EM UM HOSPITAL TERCIÁRIO DO CENTRO-OESTE DO BRASIL DURANTE OS ANOS PRÉ E PÓS-PANDEMIA DE COVID-19 (2019-2021)
Visits
47
Moara Alves Santa Bárbara Borgesa,b, Dulcelene Sousa Melob,c, Ângela Cristina Bueno Vieirab, Pamella Wander Rosab, Valéria Borges Domingues Batistab, Paulo Sérgio Sucasas Da Costad
a Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública, Departamento de Medicina Tropical, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO, Brasil
b Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, Serviço de Infectologia, Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO, Brasil
c Serviço de Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde, Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO, Brasil
d Departamento de Pediatria, Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO, Brasil
This item has received
Article information
Special issue
This article is part of special issue:
Vol. 28. Issue S1

IV Congresso Goiano de Infectologia

More info
Introdução

Durante a pandemia de Covid-19, foi relatado um aumento significativo nas taxas de infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS), com maior importância nas infecções da corrente sanguínea (ICS) e pneumonia associada à ventilação mecânica (PAV). A resistência antimicrobiana aumentou também após pandemia, de forma acentuada especialmente em ambiente de terapia intensiva.

Objetivo

Comparar as taxas de IRAS globais e por local e taxas de utilização de dispositivos entre os períodos pré e pós-pandêmicos em um hospital terciário no Centro-Oeste do Brasil.

Metodologia

Estudo transversal.

Resultados

Em 2019, o hospital tinha duas unidades de terapia intensiva (UTI), uma clínica (1) e uma cirúrgica (2). A unidade clínica (1) tinha um número menor de IRAS, um tempo de permanência maior e uma taxa mais alta de uso de dispositivo respiratório. A partir de março de 2020, a Unidade 2 passou a ser dedicada a pacientes com suspeita ou confirmação de infecção por SARS-CoV-2. De 2019 a 2021, houve um aumento significativo no número de pacientes/dia (4.750 × 15.795), no total de IRAS (43 × 159), na taxa de IRAS por saída (4,6 × 8,4) e na taxa de infecção da corrente sanguínea associada à cateter vascular (ICS) por 1000 cateteres/dia (1,28 × 7,0). Comparando a UTI não-Covid com a UTI Covid, houve uma taxa significativamente maior de IRAS global (4,5 × 10,1) e por pacientes em risco (4,0 × 7,0), taxas mais altas de ICS (2,8 × 7,8) e internações mais longas (7,6 × 10,1), p < 0,05. A taxa de ICS teve um aumento acentuado nos dois primeiros anos da pandemia, com maior prevalência de Staphylococcus coagulase-negativo, S. aureus, Klebsiella spp e Candida spp. A prevalência de amostras positivas para germes multidroga resistentes (MDR) em UTI era de 33,7% em 2019 e aumentou 16,3% em 2021 (40,3%). Os principais microrganismos MDR foram Pseudomonas e Acinetobacter resistentes a carbapenêmicos, Klebsiella produtora de carbapenemase e S. aureus resistente à meticilina.

Conclusões

Este estudo confirma que, no Centro-Oeste do Brasil, a pandemia de Covid-19 também impactou a prevalência de IRAS em UTIs dedicadas à COVID, com um risco especial de ICS e maior multirresistência. As IRAS e a multirresistência são problemas relevantes a serem enfrentados em todo o mundo nos próximos anos, e a prevenção e o controle de infecções, a otimização dos processos de linha de cuidados e a administração racional de antimicrobianos devem ser reforçados, especialmente em ambiente de UTI.

Palavras-chave:
Covid-19
Infecção Hospitalar
Resistência a Antibióticos
Full text is only aviable in PDF
The Brazilian Journal of Infectious Diseases
Article options
Tools