Em 31 de dezembro de 2019, a OMS foi alertada sobre casos de pneumonia na cidade de Wuhan, na República Popular da China, cuja etiologia foi esclarecida em janeiro de 2020 com identificação de novo tipo de coronavírus, SARS-CoV-2, progredindo rapidamente para Pandemia referendada em março de 2020. No Brasil o primeiro caso foi confirmado em 26 de fevereiro de 2020, em SP, totalizando 21,5 milhões de casos e 598 mil óbitos até o momento.
ObjetivoA análise retrospectiva sobre a abordagem terapêutica de 820 pacientes com COVID-19, internados em hospital privado, entre março de 2020 a agosto de 2021 e fatores relacionados com a mortalidade.
MétodosDentre 1799 pacientes atendidos na clínica privada, realizamos a análise retrospectiva dos prontuários e sistema de informações do hospital dos 820 pacientes internados. Os critérios utilizados para hospitalização foram COVID moderada com Sat.O2 menor que 94%, COVID grave ou crítica. O protocolo de tratamento foi estruturado para cada forma de apresentação clínica da COVID-19. Na análise, foram descritas características qualitativas avaliadas com uso de frequências absolutas em todos pacientes, características quantitativas com uso de medidas resumo e desfechos na alta hospitalar, segundo variáveis qualitativas com uso de frequências absolutas e relativas verificando associação das características com o óbito com uso de testes qui-quadrado ou testes exatos. O modelo conjunto foi ajustado para explicar mortalidade dos pacientes segundo características avaliadas com uso de regressão logística múltipla, sendo inseridas no modelo final as variáveis que apresentaram nível descritivo nas análises não ajustadas inferior a 0,20 (p < 0,20), mantendo todas as variáveis inseridas no modelo final
ResultadosA taxa de mortalidade geral dos 1799 pacientes foi de 2,8% e para os internados 6,4%. O modelo de regressão logística múltipla para predizer a mortalidade na internação demonstrou que pacientes mais idosos (>70a) apresentaram maior mortalidade e que a cada ano a mais na idade dos pacientes a chance de óbito aumentou 14% independente das demais características dos pacientes (p < 0,001), pacientes que utilizaram Azitromicina apresentaram chance de mortalidade 59% menor(p = 0,012) e pacientes que utilizaram corticosteroide venoso prolongado apresentaram chance de óbito 7,54 vezes a chance daqueles que não utilizaram, independente das demais características do paciente (p = 0,002).