12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoIntrodução: A Hepatite C (HCV) possui taxas elevadas de cronificação e responsável pela maior parte dos óbitos por hepatites virais no Brasil.
Objetivo: Descrever os aspectos epidemiológicos dos casos de HCV no período de 2007 a 2019.
Metodologia: Trata‐se de um estudo transversal descritivo, os dados foram coletados das Fichas de Notificação de Hepatites Virais, que foram realizadas pelos municípios que compõem a 17ª Regional de Saúde do Paraná. Os dados foram analisados no IBM Software Statistical Package for the Social Science para o Windows e versão 20.0®. CAAE: 21738719.9.0000.523.
Resultados: Foram notificados 1.546 casos de HCV, desses, setenta e nove (5,1%) possuem coinfecção com tipo B e três (0,2%) com tipo A. Na sua maioria, são de raça branca (67,0%), do sexo masculino (58,8%), com faixa etária de 40 a 60 anos (56,3%) e baixa escolaridade de até 9 anos de estudos (39,1%). No que tange a forma de transmissão, destacam‐se o uso de medicamentos injetáveis (45,8%) tratamento dentário (43,7%), tratamento cirúrgico (37,0%), três ou mais parceiros (23,2%) e o uso drogas injetáveis e inaláveis (14,7%, respectivamente). Enquanto ao município de notificação, Londrina apresentou o maior número de casos (79,7%), seguido de Cambé (9,9%) e Rolândia (3,9%).
Discussão/Conclusão: Configura‐se população de risco, os maiores de 40 anos e que entraram em contato com os tipos de exposições listados, pois até 1.992 não havia testes de diagnóstico da doença. Dentre as formas de exposição, a mais citada foi por medicamentos injetáveis, a transmissão pode estar relacionada com a contaminação dos frascos de medicações com multidoses com sangue de um paciente infectado. O tratamento dentário e cirúrgico, o risco pode estar atrelado por falhas no processo de esterilização, o não uso de materiais descartáveis ou por meio de infecção cruzada. A transmissão por via sexual é pouco frequente, mas parceiros múltiplos podem aumentar o risco. Enquanto, as drogas injetáveis a transmissão ocorre pelo compartilhamento de seringas e agulhas, nas drogas inaláveis, o risco deriva do compartilhamento dos materiais e da presença lesões nas mucosas nasal e oral, causadas pelo uso frequente da droga, tornando‐se porta de entrada acessível para o vírus. Conclusão: A maioria corresponde ao sexo masculino, com faixa etária de 40 a 60 anos, baixa escolaridade e destacam‐se as formas de transmissão, uso de medicamentos injetáveis, tratamento dentário e cirúrgico.