Data: 18/10/2018 ‐ Sala: TV 6 ‐ Horário: 13:51‐13:56 ‐ Forma de Apresentação: E‐pôster (pôster eletrônico)
Introdução: O município mato‐grossense de Rondonópolis tem grande importância no panorama estadual e nacional da leishmaniose visceral (LV). Apesar de tal relevância, poucos estudos sobre a epidemiologia da doença foram conduzidos nessa área, principalmente no que diz respeito à distribuição espacial.
Objetivo: O presente estudo objetivou analisar espacialmente a ocorrência de LV humana na área urbana do município de Rondonópolis.
Metodologia: Estudo transversal retrospectivo. Inicialmente, por meio do Sistema de Informação de Agravos e de Notificação, foram levantados os endereços residenciais de todos os casos humanos de LV notificados em Rondonópolis entre 2011 e 2016. Foram incluídos aqueles pertencentes a indivíduos residentes no município e que tiveram autoctonia confirmada. Já recidivas ou casos notificados em duplicata foram excluídos. Posteriormente, todos os domicílios foram georreferenciados in loco por meio de um aparelho GPS de navegação. Em cada residência foi tomado um ponto de coordenadas por caso notificado. Por fim, a distribuição espacial foi analisada pela função K de Ripley e estimador de densidade de Kernel (EDK).
Resultado: Entre 2011 e 2016, foram notificados 81 casos autóctones de LV humana em Rondonópolis. Desses, 98,8% (80/81) foram visitados para georreferenciamento. A distribuição espacial dos casos exibiu um padrão agregado, com agrupamentos estatisticamente significativos em todas as distâncias avaliadas entre 0 e 500 metros. A análise exploratória através do EDK corroborou esses resultados, pois foram evidenciados agregados de alto risco para LV humana distribuídos essencialmente na região periférica da cidade.
Discussão/conclusão: Tais áreas urbanas são produtos de recente, acelerado e desordenado processo de ocupação do espaço natural e se caracterizam por precariedades socioeconômicas, estruturais e/ou ambientais. Além disso, são fronteiriças a áreas verdes. Essas características provavelmente favoreceram a alta dispersão do vetor e estabelecimento de ciclos de transmissão de LV nesses redutos. No entanto, futuros estudos são necessários para investigar tal padrão espacial. A LV humana distribuiu‐se essencialmente na forma de agregados na região periférica de Rondonópolis. Tais achados podem ser úteis no direcionamento de ações de vigilância e controle, bem como contribuem para melhor entendimento da sua dinâmica de ocorrência.