A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST) curável, ocasionada por infecção cuja etiologia é a bactéria Treponema pallidum. Apresenta-se clinicamente em três estágios: primária, secundária e terciária, cada uma com manifestações clínicas características, sendo que em seus dois primeiros estágios existe maior possibilidade de disseminação. Além disso, a sífilis torna-se importante do ponto de vista da saúde pública por apresentar a capacidade de transmissão vertical. Seu tratamento permite remissão completa do quadro e menores índices de morbimortalidade. Nesse estudo objetivou-se avaliar a situação epidemiológica da sífilis adquirida (CID 10-A51) nos municípios da região Norte Fluminense.
MetodologiaTrata-se de uma pesquisa descritiva, epidemiológica, de cunho quantitativo, sendo os dados coletados mediante busca eletrônica nos registros do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde/Brasil (DATASUS), por meio do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Foram analisados os casos de sífilis adquirida, segundo o município de notificação, entre os anos de 2010 e 2020.
ResultadosO Norte fluminense abrange nove municípios e entre os achados, no período de 2010 a 2020, foram notificados 2.543 casos de sífilis adquirida, sendo o ano de 2019 com maior número absoluto de diagnósticos, 579. Segundo o sexo, houve predomínio de sífilis adquirida entre indivíduos do sexo masculino com 1.475 casos (58%). O município de Macaé apresentou maior registro de casos notificados no período, com 2.002, e o menor registro, com 4, foi Cardoso Moreira. Com relação à taxa de detecção, observou-se no ano de 2019, no município de Macaé, um total de 189,3 casos/100 mil habitantes. O estado do Rio de Janeiro apresentou uma taxa de detecção de 34,2 casos.
ConclusãoConstatou-se um aumento nas taxas de incidência da sífilis adquirida, durante o período de 2010 a 2020 na região Norte Fluminense, no entanto com um decréscimo considerável de diagnósticos no ano de 2020. Tal fator pode ser interpretado de duas maneiras: uma real redução no número de infectados e consequente menor notificação ou e a subnotificação de diagnósticos. O isolamento social no contexto pandêmico levou a menor procura por serviços de saúde e nesse sentido, devido ao número crescente de casos de sífilis adquirida nos últimos dez anos, a queda dos casos notificados pode representar um risco epidemiológico e de saúde pública.