XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
More infoTendo em vista o impacto da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) na saúde pública, a busca pela caracterização do perfil dos acometidos é essencial para uma melhor identificação dos casos. O presente trabalho objetivou analisar os casos de SRAG na faixa pediátrica na região Sudeste de acordo com variáveis sociodemográficas e fatores de risco, relacionando ao desfecho de evolução dos casos.
MétodosRealizou-se um estudo transversal, quantitativo e descritivo pela coleta de dados do Sistema de Internação Hospitalar por SRAG em 2021 e 2022 na região Sudeste registrados no DATASUS. Analisaram-se as variáveis sociodemográficas: sexo, idade, raça/cor e distribuição por UF; fatores de risco: diabetes, asma, doença cardiovascular, obesidade, pneumopatias, Síndrome de Down e imunodepressão; classificação final: COVID-19, Influenza, não especificado, outro agente ou outro vírus; e evolução: cura ou óbito. Realizou-se análises descritivas nas análises univariadas, teste qui-quadrado de Pearson para relacionar as faixas etárias com as demais variáveis nas análises bivariadas, e regressão logística nas análises multivariadas, cujo desfecho foi evolução, de modo que foram incluídas as variáveis com p-valor < 0,20 da análise bivariada. O nível de significância adotado foi de 5%.
ResultadosA população foi de 1.054.477 pacientes pediátricos hospitalizados com SRAG. Houve maiores chances de óbito nas raças indígena e preta em relação à branca; na faixa etária de 12 anos a menores de 18 anos em relação à faixa etária de menores de 6 meses; nas UF Espírito Santo e Rio de Janeiro em relação à São Paulo; e em todas as variáveis relacionadas a comorbidades, excetuando-se a asma, sendo o diabetes aquela com menor risco aumentado, mas considerada estatisticamente não significativa. Analogamente, encontrou-se como fator de proteção na faixa pediátrica para evolução para óbito os indivíduos asmáticos; nas faixas etárias de 6 meses a menores de 5 anos e de 5 anos a menores de 12 anos em relação aos menores de 6 meses; e na classificação final influenza, quando comparada à Covid-19.
ConclusãoA análise de evolução de casos para cura ou óbito por SRAG na população pediátrica mostrou que esse grupo de infecções se manifestou com particularidades nessa população, levando em conta os fatores de risco e proteção, quando comparadas com a população adulta, principalmente quando aprofunda-se os estudos por trás dos motivadores de cada fator de risco e de proteção.