Journal Information
Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
Share
Share
Download PDF
More article options
Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
EP 043
Full text access
ANÁLISE DO PERFIL RACIAL DE MULHERES COM COVID-19: ESTUDO TRANSVERSAL SOBRE EVOLUÇÃO A ÓBITO DE MULHERES NEGRAS NA REGIÃO SUDESTE
Visits
1974
Marayah Sampaio Ruas da Fonseca, Gabriel Mendes Moura Ossola Guimarães, Fabieli Helena Paulo Comeira de Lima, Samara Jared Mendes Amaral, Thais Tokumoto, Fernanda Dias Guimarães Almeida, Maria Aparecida de Assis Patroclo
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
This item has received
Article information
Special issue
This article is part of special issue:
Vol. 26. Issue S1
More info

As mulheres estão expostas ao sexismo e as mulheres negras convivem com a interseccionalidade com racismo e pobreza e sofrem agravos à saúde devido a privação de direitos humanos, ineficiência dos programas governamentais e falta de acesso à educação e saúde integral. Consideramos mulheres negras como um grupo formado por pretas e pardas de acordo com a autodeclaração do IBGE. Desfechos desfavoráveis na pandemia de COVID-19, doença causada pelo vírus SARS-Cov-2, podem estar associados a vulnerabilidade social e econômica da população negra em território brasileiro, menor acesso ao serviço de saúde de nível secundário e terciário e testagem para COVID-19 na ABS, notificação precária, bem como a segregação espacial: as periferias, favelas ou bairros populares ocupados majoritariamente por negros. Analisar os dados de mulheres negras com COVID-19 e desfechos na região Sudeste do Brasil de março a novembro de 2020. Estudo transversal com dados do DataSUS/ Ministério da Saúde 1 de março a 23 de novembro de 2020, com total de mulheres diagnosticadas com SARS causada pelo vírus SARS-Cov-2 igual a 33.991, sendo 21.551 brancas e 12.063 negras. Rcommander 4.0.3 para Windows foi utilizado. As mulheres negras (4856/12.063) tiveram 1,24 vezes mais chance de evoluírem a óbito, OR = 1,25 IC95% (1,20-1,31), do que as mulheres brancas (7637/21.551). Quanto à idade, as negras maiores de 60 anos tiveram 4,26 vezes mais chance de morrer, OR = 4,26 IC95% (3,9-4,6), do que as negras 20 a 60 anos. Negras maiores de 60 anos tiveram 1,26 vezes mais chance de morrer, OR = 1,26 IC95% (1,18-1,34) do que brancas na mesma faixa. Negras com 20-60 anos tiveram 1,7 vezes mais chance de morrer, OR = 1,70 IC95% (1,57-1,85) do que brancas na mesma faixa. As negras (3464/12.063) tiveram 0,9 vezes menor chance de terem sido internadas em UTI, OR = 0,9 IC95% (0,85-0,93), do que as brancas (6766/21.551). A dispneia esteve relacionada à evolução a óbito em ambos os grupos, OR = 1,22 IC95% (1,16-1,29). Negras com dispneia tiveram 1,16 vezes mais chance de evoluir a óbito, OR = 1,16 IC95% (1,06-1,27), do que aquelas do mesmo grupo que não apresentavam esse sintoma. As mulheres negras apresentaram-se no período analisado como um grupo em maior situação de vulnerabilidade em relação a COVID-19, pois tiveram maior chance de óbito, menos chance de internação em UTI o que poderia significar uma falha no atendimento à saúde dessa população. Ambos os grupos tiveram dispneia como fator condicionante da gravidade.

Full text is only aviable in PDF
Download PDF
The Brazilian Journal of Infectious Diseases
Article options
Tools