O sarampo é uma doença viral de caráter infeccioso e de alta transmissibilidade pelo contato com secreções nasofaríngeas do infectado. Acomete o trato respiratório, mas pode tornar-se sistêmico e causar panencefalite esclerosante subaguda. Não existe atualmente tratamento antiviral, a notificação é compulsória, sendo a vacinação a principal estratégia de combate ao vírus. A erradicação da doença foi revogada em 2019 no país. Busca-se então analisar as internações e a vacinação para acompanhar o sucesso das medidas de saúde pública.

Estudo transversal, descritivo e com abordagem quantitativa, realizado com coleta de dados no Sistema de Morbidade Hospitalar do SUS e do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações vinculados ao DATASUS, segundo as variáveis de sexo, idade, ano e região relacionadas ao número de internação por Sarampo entre janeiro de 2018 e dezembro de 2022 no Brasil. Foram coletados também dados segundo as variáveis ano, região e cobertura vacinal dos imunobiológicos para o sarampo. Aplicada estatística descritiva com a utilização do software Microsoft Excel.

No período de 2018 a 2022, 2.520 pacientes foram internados devido ao sarampo. Observou-se uma queda de mais de 90% das internações e de 17,1% na cobertura vacinal entre 2018 e 2022. Houve diminuição progressiva do número de internações, reduzindo 6,5% de 2018-2019, 33,1% entre 2019-2020, 68,4% de 2020-2021 e 64,2% de 2021-2022. Entretanto, houve picos pontuais na região Norte, representando 32% do país no período analisado. O segundo pico ocorreu na região Sudeste, em 2019, com aumento do número de internações em 22 vezes em relação ao ano anterior. O sexo masculino representou 52% das internações e a faixa etária de até 5 anos 66%. A cobertura vacinal média no período foi de 58,2%, com aumento de 2,2% entre 2018-2019, redução de 13,9% entre 2019-2020 e de 9,4% de 2020-2021 e um novo aumento de 3,9% de 2021-2022. A região Sul apresentou maior cobertura vacinal média, correspondendo a 71,91%, enquanto a região Nordeste apresentou a menor de 51,65%.

A taxa de vacinação apresentou diferenças entre regiões e teve uma diminuição entre 2019 e 2021, com aumento no ano de 2022. Podendo representar os esforços das campanhas de vacinação. No entanto, paralelamente observou-se uma diminuição progressiva das internações, sendo a faixa etária mais internada de indivíduos com até 5 anos, com ligeira prevalência do sexo masculino.